Aumento crítico das mortes por chikungunya em Minas Gerais preocupa especialistas

Em menos de um mês, o número de óbitos pela doença ultrapassa total de 2023

Por Plox

14/05/2024 10h01 - Atualizado há 2 meses

Com um crescimento preocupante de 77,14% em apenas um mês, Minas Gerais registra um alarmante aumento no número de mortes causadas pela chikungunya. De acordo com um relatório recente da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), já foram confirmadas 62 mortes pela doença em 2024, superando as 56 ocorridas durante todo o ano anterior, que foi considerado o pior período da doença no estado até então. Este aumento substancial ocorre em um contexto de intensificação das arboviroses na região, impulsionado pela proliferação do mosquito Aedes aegypti, que também transmite zika e dengue.

crédito: Agência Brasil

Situação epidemiológica

O estado de Minas Gerais, que concentra mais de 60% dos casos prováveis de chikungunya no Brasil, lidera o ranking nacional com 111.289 casos, de acordo com os dados mais recentes do Painel de Monitoramento de Casos de Arboviroses do Ministério da Saúde. Este número reflete 62,6% do total de casos registrados no país, que soma 177.541. Além disso, 31 mortes ainda estão sob investigação, um número que se aproxima dos 34 óbitos que estavam sendo analisados em meados de abril.

Preocupações de longo prazo

Geraldo Cunha Cury, médico epidemiologista e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), destaca a seriedade da situação. "O risco está aí presente, ainda temos inúmeros focos de proliferação do mosquito", alerta Cury. Além dos riscos imediatos, um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicado na revista "The Lancet Infectious Diseases" revela que o risco de morte pode persistir por até três meses após os primeiros sintomas, mudando a compreensão anterior da doença, antes vista como pouco letal. Segundo Cury, este novo entendimento implica uma mudança de paradigma que precisa ser considerada diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas.

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