Após apelo por diálogo, Trump impõe novo corte bilionário a Harvard
Universidade sofre novo bloqueio de R$ 2,5 bilhões em meio a acusações de antissemitismo e pressões contra programas de diversidade
Por Plox
14/05/2025 07h29 - Atualizado há 2 dias
O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta terça-feira (13), um novo corte bilionário nos subsídios destinados à Universidade de Harvard, no valor de US$ 450 milhões, equivalente a cerca de R$ 2,5 bilhões. O anúncio veio poucas horas após a instituição expressar disposição para iniciar um diálogo com o governo federal.

A medida é parte de uma escalada de tensões entre a administração do presidente Donald Trump e instituições de ensino superior, especialmente Harvard, acusada por Trump de permitir manifestações estudantis contra os bombardeios israelenses na Faixa de Gaza. O presidente também tem criticado publicamente os programas de diversidade promovidos por universidades americanas, exigindo sua extinção.
No centro da controvérsia está a acusação de antissemitismo. O governo Trump afirma que tais manifestações representam discriminação contra estudantes e funcionários israelenses. Como resposta, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos justificou a nova retirada dos recursos alegando “um problema” de discriminação dentro da universidade.
Na semana passada, o governo já havia anunciado o corte de US$ 2,2 bilhões (aproximadamente R$ 12 bilhões), elevando o total dos cortes recentes a mais de R$ 14 bilhões.
Diante da pressão, o presidente de Harvard, Alan Garber, encaminhou uma carta à secretária de Educação dos EUA, Linda McMahon, na qual propõe um diálogo sobre os princípios que unem a luta contra o antissemitismo e a defesa da liberdade de expressão.
Segundo Garber, a universidade tem adotado medidas para assegurar que membros da comunidade israelense não se sintam excluídos. Ainda assim, ele denuncia que a postura do governo representa uma ameaça direta à liberdade acadêmica. “Harvard não é republicana nem democrata, nem o braço armado de nenhum partido ou movimento político, e nunca será”, declarou o reitor.
A direção de Harvard, até o momento, não se manifestou oficialmente sobre o mais recente corte nos subsídios federais.