Indústria de mudas quer restaurar 1 milhão de hectares no interior de SP

Projeto em Piracicaba aposta em produção em escala de sementes e árvores para combater mudanças climáticas e gerar renda a comunidades

Por Plox

14/05/2025 14h30 - Atualizado há 2 dias

Uma empresa instalada em Piracicaba, no interior de São Paulo, está liderando uma iniciativa ousada com potencial de transformar áreas degradadas em florestas produtivas. Com o apoio de cientistas, técnicos e empresários, a companhia opera como uma verdadeira 'fábrica de árvores', desenvolvendo e produzindo sementes e mudas em larga escala com o objetivo de restaurar ecossistemas e enfrentar os efeitos das mudanças climáticas.


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A gerente de produção, Fernanda Guimarães, destaca a importância de enxergar as árvores como uma solução tecnológica: \"A árvore é nossa maior tecnologia hoje para tirar carbono do ambiente. Quando você entende isso, começa a incentivar uma produção maior. Quanto mais floresta, mais captura de carbono e menor o aquecimento global\".


A meta da empresa é ambiciosa: restaurar, ao longo de 15 anos, cerca de 1 milhão de hectares — uma área equivalente ao tamanho da Jamaica. Para alcançar esse número, será necessária a produção de pelo menos 100 milhões de mudas.



Essas mudas podem vir de viveiros especializados ou da própria natureza, com sementes coletadas por parceiros de diferentes regiões do Brasil. Esse sistema não só fortalece o processo de reflorestamento como também promove inclusão social ao gerar renda para os coletores locais. \"É uma fonte de renda para comunidades e ainda garante uma genética local para as espécies utilizadas\", reforça Fernanda.


A reportagem faz parte da série \"Do Fogo ao Verde\", da EPTV, que analisa os impactos das queimadas e do aquecimento global e propõe caminhos para a reversão desse cenário preocupante.



Segundo dados do centro europeu Copernicus, 2024 foi o ano mais quente da história, ultrapassando pela primeira vez o aumento médio de 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais. As consequências desse avanço já são sentidas e incluem o risco de derretimento das geleiras, elevação drástica do nível dos oceanos e colapso de ecossistemas.


Pedro Brancalion, professor de Ciências Florestais da Esalq/USP, alerta para a urgência das ações: \"As mudanças climáticas já ocorreram e continuam ocorrendo. Precisamos enfrentá-las com seriedade\".


Entre as atitudes recomendadas para indivíduos e empresas ajudarem a frear o aquecimento global, estão:


- Reduzir o consumo de energia;


- Queimar menos combustíveis, especialmente no transporte, responsável por quase um terço das emissões de gases do efeito estufa;


- Priorizar transporte coletivo e bicicleta;


- Diminuir o uso de plásticos.


Com a união entre tecnologia, ciência e consciência social, a iniciativa em Piracicaba se torna símbolo de esperança e ação concreta frente aos desafios do clima.


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