Padre é condenado por importunação sexual em Montes Claros
Crime ocorreu dentro da casa paroquial após jovem procurar apoio espiritual; sentença inclui prestação de serviços
Por Plox
14/05/2025 09h52 - Atualizado há cerca de 23 horas
A Justiça de Minas Gerais condenou o padre Reginaldo Cordeiro de Lima, responsável pela Paróquia Divino Espírito Santo, situada no Bairro Planalto, em Montes Claros, por importunação sexual contra uma jovem de 19 anos. O episódio aconteceu em setembro de 2021, quando a vítima buscava aconselhamento espiritual por conta de uma crise de fé na religião católica.

Segundo os autos, durante o encontro, o religioso convidou a jovem para conhecer os espaços da casa paroquial. Em determinado momento, levou-a até um dos quartos, trancou a porta e, de acordo com o Ministério Público, a abraçou e a beijou sem consentimento, tanto no nariz quanto na boca. O juiz Nalbernard de Oliveira Bichara, da 2ª Vara Criminal da cidade, aplicou uma pena de 1 ano e 6 meses de reclusão em regime aberto, além de multa e prestação de serviços comunitários.
Ainda conforme o processo, a vítima ficou em estado de choque e tentou sair do cômodo, mas notou que a porta estava trancada. Antes que ela fosse embora, o padre teria solicitado sigilo, justificando o ato como uma demonstração de afeto. A Polícia Civil, que conduziu as investigações antes do oferecimento da denúncia, reforçou o impacto psicológico sofrido pela jovem naquele momento.
Durante a defesa, os advogados de Reginaldo alegaram que o comportamento do religioso poderia estar relacionado a um suposto distúrbio biológico desencadeado na pandemia de Covid-19, hipótese que não foi acatada pelo magistrado. A reportagem tentou contato com os defensores do padre por telefone e mensagens, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
A Arquidiocese de Montes Claros, por sua vez, preferiu não comentar o caso.
\"Trancou a porta, beijou a jovem sem consentimento e pediu segredo, dizendo que era carinho\" — trecho da denúncia do Ministério Público
O episódio soma-se a outros recentes que envolvem membros do clero acusados de crimes semelhantes no estado, o que reacende o debate sobre a responsabilização dentro das instituições religiosas.