Tráfico de drogas obriga fechamento de clínica da família no Rio

Unidade de saúde em Marechal Hermes encerra atendimentos por tempo indeterminado após ameaças e invasões de criminosos armados

Por Plox

14/05/2025 14h20 - Atualizado há 1 dia

A Clínica da Família Maestro Celestino, localizada em Marechal Hermes, Zona Norte do Rio de Janeiro, teve o atendimento interrompido por tempo indeterminado. O motivo é a proximidade com um ponto de venda de drogas e a atuação de traficantes armados ao lado da unidade.


Imagem Foto: Prefeitura do Rio


Instalada na comunidade da Palmeirinha, a clínica vinha sendo alvo de constantes invasões por criminosos, que não apenas constrangiam os funcionários como também faziam exigências relacionadas a medicamentos e procedimentos. Moradores relataram que os profissionais da saúde eram ameaçados com frequência por indivíduos armados dentro do local.


Há mais de um mês, os pacientes atendidos na clínica estão sendo direcionados para outras unidades. Para o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, a situação representa uma ameaça grave. Segundo ele, a região está cercada por barricadas que dificultam o acesso à unidade, enquanto os criminosos parecem ter a intenção de ocupar o prédio.



“A comunidade da Palmeirinha foi toda cercada pelo tráfico. Temos barricadas para chegar até a unidade, o ponto de venda de drogas é colado na clínica, e há invasões frequentes por homens armados que constrangem nossos funcionários e pacientes. A intenção dos traficantes parece ser ocupar o prédio”, destacou Soranz.


Dados da Secretaria Municipal de Saúde apontam que, apenas no primeiro trimestre de 2025, unidades de saúde precisaram fechar as portas 853 vezes por conta da violência. Isso representa uma média de nove fechamentos por dia em clínicas da família e centros municipais.



Um exemplo é a unidade da Vila Kennedy, que precisou ajustar seu funcionamento, encerrando o expediente uma hora mais cedo, antes do anoitecer, como forma de proteger seus profissionais.


Soranz lamentou a perda de território para o tráfico: “Mesmo em situações de guerra, unidades de saúde e profissionais são protegidos. Aqui no Rio, infelizmente, não estamos vendo isso acontecer.”


A Polícia Militar informou que o batalhão responsável pela área não foi previamente avisado sobre o encerramento das atividades da clínica. O comando da corporação afirmou que tomará as medidas cabíveis para lidar com a situação.



A falta de segurança e a constante ameaça do tráfico de drogas continuam a afetar serviços essenciais no Rio de Janeiro, expondo tanto profissionais quanto pacientes à violência cotidiana.


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