Estupro na Itália: "A gente vai dar um soco na cara dela", diz Robinho em áudio
Gravações de conversas de Robinho com amigos foram usadas pela Justiça Italiana para condenar o jogador a uma pena de nove anos de prisão por estupro
Por Plox
14/06/2023 16h18 - Atualizado há mais de 1 ano
Novos áudios das conversas de Robinho com amigos lançaram novas luzes sobre o caso do ex-jogador de futebol do Santos e da seleção brasileira condenado por estupro na Itália. As gravações, reveladas nesta quarta-feira pelo podcast “Os Grampos de Robinho”, do Uol, apresentam conversas do atleta com Ricardo Falco, também acusado, ocorridas em 24 de abril de 2014. Nos áudios, Robinho confirma ter mantido relações sexuais com a vítima, uma mulher de origem albanesa, na boate milanesa Sio Café, em 22 de janeiro de 2013, quando jogava pelo Milan. O material foi usado pela Justiça Italiana para condenar o jogador a uma pena de nove anos de prisão. Ele entregou o passaporte e está proibido de deixar o Brasil, mas continua em liberdade pelo fato do país não extraditar brasileiros.
Robinho admite ter presenciado a agressão sexual cometida por seus amigos contra a mesma mulher. As gravações também revelam que Robinho ameaçou agredir a vítima e demonstrou preocupação com a possibilidade de o caso ser divulgado na imprensa. As gravações vão além de conversas telefônicas. A polícia italiana também grampeou o carro de Robinho, coletando diálogos adicionais que foram usados como evidências. Nesses diálogos, o jogador é alertado sobre a investigação por um músico que atuou na noite do incidente na boate.
A vítima acusou Robinho, Ricardo Falco, Fabio Cassis Galan, Clayton Florêncio dos Santos, Alexsandro da Silva e Rudney Gomes da Silva, todos amigos do jogador. Contudo, apenas Robinho e Ricardo Falco foram condenados pela Justiça italiana, recebendo uma sentença de nove anos de prisão. Os outros acusados não foram localizados para serem notificados do processo, evitando, assim, o julgamento. Atualmente, todos residem no Brasil.
As consequências do caso para Robinho e o Santos F.C.
O caso repercutiu fortemente na carreira do jogador. Devido ao caso de estupro, o Santos F.C. suspendeu a contratação de Robinho em outubro de 2020. Embora o clube tenha inicialmente planejado um contrato de cinco meses com o jogador, a pressão dos patrocinadores e a divulgação das conversas levaram à suspensão do contrato.
Os advogados de Robinho argumentam que o jogador não cometeu o crime do qual é acusado. Eles alegam que houve um "equívoco de interpretação" nas conversas interceptadas com autorização judicial e que algumas falas não foram traduzidas corretamente para o italiano. Os defensores de Falco também dizem que seu cliente é inocente, mas pedem a aplicação mínima da pena caso haja condenação.