Doação de sangue: um gesto de amor que salva vidas

No Brasil apenas 1,6% da população é doadora de sangue, segundo dados do Ministério da Saúde, o que equivale a 16 doadores a cada mil habitantes

Por Plox

14/06/2023 08h27 - Atualizado há mais de 1 ano

Nesta quarta-feira (14), é celebrado o Dia Mundial do Doador de Sangue, que tem como principal objetivo sensibilizar a sociedade para a importância da doação de sangue e aumentar o número de doadores no mundo.

 


 

No Brasil apenas 1,6% da população é doadora de sangue, segundo dados do Ministério da Saúde, o que equivale a 16 doadores a cada mil habitantes e 1,4% doa de forma regular nos hemocentros do Sistema Único de Saúde (SUS). Em países da Europa, esse índice chega a 5%.

Foto: reprodução Pexels

 

O sangue é um componente fundamental para muitas pessoas em tratamento ou em situações de risco, além de apoiar em procedimentos médicos e cirúrgicos. Pensando na importância, a reportagem da Plox deslocou-se até o Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga no Vale do Aço, para tirar dúvidas a respeito da doação de sangue no centro médico.

Aptos a doar

A hematologista do hospital, Elisa Gomes, explica que para ser um doador é preciso ter uma vida saudável e ter entre 16 e 69 anos. Para os menores de 18 anos, é necessária uma autorização de responsáveis legais. O candidato a doador também deve ter mais de 50k. No dia da doação, ele deve estar descansado e ter se alimentado normalmente. Outro ponto importante é não ter ingerido bebida alcoólica nas últimas doze horas.

Foto: reprodução Pexels

 

Não podem doar pessoas que tenha feito tatuagem, maquiagem definitiva ou mesmo colocado um piercing há menos de um ano.

“É extremamente importante a conscientização e a entrevista que realizamos com todos os voluntários. Mesmo após essa triagem, nós também passamos para a etapa dos testes”.

Segurança

Segundo a hematologista, todo o procedimento que envolve uma doação e coleta de sangue segue rígidos padrões. “Fazemos uma testagem da amostra do sangue doado para verificar a qualidade dele e o tipo. Além disso, o doador passa por uma triagem, um processo de entrevista para termos mais informações sobre a vida dele e segurança. Durante a entrevista clínica, serão avaliados vários critérios que podem inapta temporariamente o doador. São critérios que devem ser seguidos de acordo com orientação da RDC 158 do ministério da Saúde que regulamenta os procedimentos hemoterápico no País”.

Intervalo

Segundo a hematologista, o intervalo entre as doações é de dois meses para os homens e três meses para as mulheres. Quem tem mais de 60 anos só pode doar de seis em seis meses. Quem se vacinou contra a covid-19 precisa aguardar uma semana para poder doar.

E para quem já teve a covid-19 e quer ser um doador voluntário, é preciso somente aguardar dez dias após a melhora dos sintomas.

Períodos de alerta

Tão essencial para salvar vidas, a doação voluntária tende a diminuir nos bancos em alguns períodos, preocupando os especialistas. Entre eles estão os dias frios do inverno, feriados prolongados e férias que afastam os doadores.

“Temos componentes do sangue que não podem ser armazenados por muito tempo, como a plaqueta que tem duração de cinco dias, por isso é tão importante a doação contínua. Sabemos que nos dias frios como agora, por exemplo, as pessoas tendem a ficar mais em casa e a sofrer com doenças respiratórias, como gripes e resfriados. Esse já é um período em que as doações diminuem, principalmente devido a essas doenças de estação.

Somente pessoas saudáveis podem doar. Por isso, pedimos que quem esteja bem e possa doar, que contribua e seja um doador voluntário”, frisa Elisa Gomes.   

Outro fator que reduz as doações são as vacinas. Dependendo da vacina, o doador vai precisar de um tempo maior de intervalo para fazer uma doação.

Composição do sangue

O sangue é composto por glóbulos vermelhos (eritrócitos), glóbulos brancos (leucócitos), plaquetas (trombócitos) e plasma. Esses componentes trabalham

em conjunto para realizar funções vitais, como o transporte de oxigênio, a defesa imunológica e a coagulação.

O corpo humano tem, em média, cinco litros de sangue. Cada voluntário chega a doar cerca de 450 ml. Não há prejuízos na doação, visto que o corpo recupera o sangue doado rapidamente. Em geral, após 24 horas o doador está completamente recuperado e pode voltar a fazer exercícios e ter uma vida normal.

A especialista explica que é necessário fazer uma gestão do sangue para manter o estoque em condições para atender a população. “O concentrado de hemácias dura, em média, 35 dias. Já as plaquetas duram somente cinco dias depois do fracionamento em temperatura ambiente. Por ela durar pouco, muitas vezes são as que mais são necessárias. Já o plasma e o crioprecipitado são componentes que ficam congelados e podem durar um ano”.


 

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