Enxaqueca: Uma bomba relógio para AVCs entre pessoas com menos de 60 Anos.
O estudo analisou registros médicos abrangendo um período de 22 anos, de 1996 a 2018, e envolveu a observação de pacientes que foram diagnosticados com enxaqueca
Por Plox
14/06/2023 07h16 - Atualizado há mais de 1 ano
Em uma pesquisa recente realizada na Universidade de Aarhus, na Dinamarca, cientistas descobriram que indivíduos que enfrentam enxaquecas têm uma probabilidade ampliada de sofrer um acidente vascular cerebral isquêmico, ou AVC - comumente denominado derrame - antes de completarem 60 anos. O estudo analisou registros médicos abrangendo um período de 22 anos, de 1996 a 2018, e envolveu a observação de pacientes que foram diagnosticados com enxaqueca.
Cecilia Hvitfeldt Fuglsang, uma das autoras da pesquisa, fez questão de salientar a importância de identificar fatores de risco de maneira precoce. Ela afirma que, "infartos e derrames causam danos permanentes e podem até ser fatais". O estudo foi publicado na revista científica PLOS Medicine no dia 13 de junho de 2023.
Mulheres com Enxaqueca: Um Grupo de Risco Específico
Dentro do universo de pessoas que sofrem de enxaquecas, as mulheres merecem uma atenção particular. O estudo demonstrou que, além do aumento do risco de AVC isquêmico, as mulheres que enfrentam crises de enxaqueca possuem uma maior probabilidade de ter um infarto do miocárdio ou um AVC hemorrágico - que ocorre quando há uma ruptura em uma artéria cerebral e é considerado o tipo mais perigoso de AVC.
Foi destacado também que as mulheres são mais afetadas por enxaquecas em comparação aos homens, sendo esta condição mais frequentemente diagnosticada entre elas.
AVC: Um Assassinato Silencioso em Ascensão entre os Jovens
O AVC é uma das principais causas de morte no Brasil, e é alarmante observar que o número de vítimas jovens vem aumentando. O Ministério da Saúde do Brasil lista os sintomas principais do AVC como sendo fraqueza ou formigamento em um lado do corpo, confusão mental, dificuldade de fala ou compreensão, problemas de visão, desequilíbrio, tontura, alterações no andar e dor de cabeça súbita e intensa sem causa aparente.
O estudo reforça a necessidade de terapias preventivas direcionadas para aqueles que estão em maior risco, e serve como um lembrete de que condições como a enxaqueca, muitas vezes desconsideradas como meras dores de cabeça, podem ter implicações muito mais sérias para a saúde a longo prazo.