Ineficiência do sistema de saúde: mulher de 64 anos pode ter morte cerebral após atraso na transferência
Após cinco dias da ocorrência do AVC, a família foi informada de que o aparelho de tomografia do hospital estava em manutenção
Por Plox
14/06/2023 16h18 - Atualizado há mais de 1 ano
Efigênia dos Passos Pereira, uma mulher de 64 anos, vivenciou uma situação angustiante ao sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) na Unidade de Pronto Atendimento do bairro Guanabara, em Betim, região metropolitana de Belo Horizonte. A senhora Efigênia chegou à UPA no dia 4 de junho, andando e consciente, porém, após quatro dias de internação, sofreu um AVC, uma condição que requeria cuidados médicos especializados.
Busca pela Justiça
Diante da necessidade iminente de um atendimento médico mais especializado, a família de Efigênia se viu obrigada a buscar na Justiça a autorização para a transferência da paciente para um centro de saúde especializado em cardiologia na cidade. A UPA, onde Efigênia estava internada, não dispunha do equipamento de tomografia nem da estrutura para realizar um cateterismo, procedimentos necessários diante da suspeita de infarto.
Peripécias da Transferência
Após conseguir a liminar para a transferência, a senhora Efigênia foi levada para o Hospital Regional de Betim. No entanto, após cinco dias da ocorrência do AVC, a família foi informada de que o aparelho de tomografia do hospital estava em manutenção. Enquanto o tempo avançava, a condição de Efigênia se deteriorava, culminando na suspeita de morte cerebral anunciada à família no dia 14 de junho.
Desabafo de um Marido em Luto
Antônio Pereira da Assunção, marido de Efigênia, manifestou seu desalento e revolta diante da situação. Em suas palavras, “Hoje eu perco a minha esposa por negligência dessa miséria desses governantes que temos aqui. Porque a minha esposa entrou falando, ela entrou andando, ela mesma fez a ficha dela. Nós somos sapateados, nós somos pisados, nós somos humilhados. Agora, quem é que vai continuar com o meu neto que é uma criança?”
Equipamentos Quebrados e Corredores Abarrotados
A situação precária das instalações médicas foi exposta quando vídeos mostraram corredores cheios de macas, devido ao aparelho de tomografia quebrado. Segundo a Prefeitura de Betim, o equipamento foi consertado e um novo deve chegar em sete dias. No entanto, para a família de Efigênia, já não há mais tempo.
A família também relatou que o Hospital Público Regional de Betim não é credenciado para prestar o tratamento de que a paciente necessitava. Por conta disso, Efigênia foi recadastrada no SUS Fácil no momento da internação e, assim, permaneceu à espera da transferência para uma unidade especializada.
Conclusão
Em situações de emergência médica, como um AVC, cada minuto é crucial e o atraso no atendimento pode custar vidas.