"Migrantes em busca de um futuro melhor encontram a morte no Mar Egeu"
O balanço da Guarda Costeira grega, que já atualizou os números da tragédia duas vezes, alerta que o número de mortos pode ainda aumentar.
Por Plox
14/06/2023 11h15 - Atualizado há mais de 1 ano
Em mais um episódio dramático na crise migratória que afeta a Europa, pelo menos 78 migrantes que estavam a bordo de uma embarcação com destino à Itália perderam a vida nas águas do Mediterrâneo, ao sul da Grécia. O balanço da Guarda Costeira grega, que já atualizou os números da tragédia duas vezes, alerta que o número de mortos pode ainda aumentar.
Desfecho Trágico
O navio, que teria partido da Líbia com centenas de pessoas a bordo, conforme fontes do Ministério grego das Migrações, encontrou seu desfecho fatal a 47 milhas náuticas da costa grega, em águas internacionais. As autoridades reportaram que, surpreendentemente, nenhum dos passageiros utilizava coletes salva-vidas no momento da catástrofe.
Resgate Heróico
Mesmo com as adversidades impostas pelos fortes ventos, a operação de resgate conseguiu salvar mais de 100 vidas. Patrulhas da Guarda Costeira, uma fragata da Marinha grega, um avião e um helicóptero da Força Aérea, além de seis barcos civis que estavam na região, fizeram parte da operação de resgate. Quatro dos resgatados se encontravam em estado crítico e precisaram ser levados para o hospital de Kalamata, situado no sul do Peloponeso, via helicóptero.
Detalhes da Operação
O primeiro contato com a embarcação dos migrantes se deu na tarde anterior ao naufrágio, quando um avião de vigilância da agência europeia Frontex detectou sua presença. Contudo, os passageiros teriam rejeitado a ajuda oferecida na ocasião, conforme comunicado divulgado pelas autoridades portuárias gregas.
Desafios no Mediterrâneo
Em meio a esse incidente, outro veleiro com 80 migrantes a bordo também passava por dificuldades nas proximidades de Creta. Graças à ação da Guarda Costeira, a embarcação foi resgatada e rebocada até o porto de Kaloi Limenes, no sul da ilha, bem próximo da Líbia.
Rotas Perigosas
A Grécia, a Itália e a Espanha tornaram-se os destinos principais para milhares de pessoas que, buscando melhores condições de vida, arriscam suas vidas ao cruzar o Mediterrâneo a partir da África e do Oriente Médio. A Grécia, em particular, com suas vastas fronteiras marítimas, é frequentemente a rota escolhida por migrantes oriundos da vizinha Turquia. A crescente tentativa de entrada por rotas próximas das ilhas Cíclades e até o Peloponeso evidencia uma estratégia para evitar as patrulhas mais frequentes no Mar Egeu, ao norte, palco de inúmeros naufrágios, muitos com consequências fatais.
Acrimônia Internacional
As autoridades gregas têm sido criticadas por supostamente recusar "ilegalmente" a presença de embarcações de migrantes. Estes episódios de naufrágios mortais levantam preocupações e questionamentos sobre a adequação e eficácia das políticas migratórias na Grécia e na União Europeia como um todo.
Uma Crise sem Fim à Vista
Esse recente naufrágio ressalta a urgência da crise migratória e reforça o apelo por ações internacionais coordenadas para lidar com a situação. Enquanto a busca por um futuro melhor continuar a guiar milhares de pessoas rumo à Europa, através de rotas perigosas e muitas vezes mortais, tragédias como a que ocorreu perto da península do Peloponeso infelizmente continuarão a ser parte desta realidade.
Enquanto soluções a longo prazo para a crise migratória são discutidas, a necessidade de ações de curto prazo, como o aprimoramento das operações de resgate e a disponibilização de equipamentos de segurança adequados, torna-se ainda mais premente.