Varejo mantêm crescimento pelo quarto mês consecutivo
Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Por Plox
14/06/2023 15h56 - Atualizado há mais de 1 ano
Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (14), o varejo brasileiro manteve sua trajetória de crescimento, com uma variação de 0,1% nas vendas de março para abril. Esta é a quarta vez consecutiva que o setor não apresenta queda, acumulando uma alta de 1,9% no ano e 0,9% no acumulado dos últimos 12 meses. No segundo bimestre deste ano, o setor registrou um aumento de 1,9%, a quarta taxa positiva seguida.
Entre as oito categorias analisadas pelo IBGE, três tiveram desempenho positivo em abril. O segmento de supermercados e hipermercados, que comercializa alimentos, bebidas e produtos de fumo, apresentou o maior crescimento (3,2%), o maior desde março de 2020. De acordo com Cristiano Santos, gerente da pesquisa, esse desempenho pode ser atribuído principalmente às vendas da Páscoa, que neste ano retornaram ao padrão anterior à pandemia.
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Além disso, as categorias de livros, jornais, revistas e papelaria e de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria tiveram aumentos de 1,0% e 0,3%, respectivamente.
Por outro lado, cinco categorias apresentaram queda em abril, destacando-se equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-7,2%) e tecidos, vestuário e calçados (-3,7%). Segundo Santos, estas categorias foram as que mais contribuíram para a queda do indicador geral, cada uma por suas próprias razões. A categoria de tecidos, vestuário e calçados, por exemplo, já vem numa trajetória de queda desde setembro, com exceção de janeiro, quando ocorreram promoções.
Santos atribui essa tendência negativa à mudança no comportamento do consumidor durante a pandemia, que reduziu a demanda por produtos como roupas e calçados. Como resultado, muitas grandes redes fecharam lojas em todo o país, e o setor ainda não recuperou os níveis pré-pandemia, ficando 22,1% abaixo do nível registrado em fevereiro de 2020.
O segmento de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, que caiu 7,2% em abril, é influenciado pelas flutuações do dólar, alternando quedas e altas ao longo dos meses. O setor ainda está 17,8% abaixo do patamar pré-pandemia.
Os setores de combustíveis e lubrificantes (-1,9%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,4%) e móveis e eletrodomésticos (-0,5%) também tiveram desempenho negativo. No varejo ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças (-5,9%) e material de construção (-0,8%), houve uma retração de 1,6%.
Em comparação com abril do ano passado, o volume de vendas do varejo variou 0,5%, marcando a nona taxa positiva consecutiva. No entanto, houve uma diminuição em cinco das oito categorias pesquisadas: outros artigos de uso pessoal e doméstico (-18,0%), tecidos, vestuário e calçados (-11,0%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,8%), livros, jornais, revistas e papelaria (-5,7%) e móveis e eletrodomésticos (-2,4%).
Por outro lado, os setores de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3,0%), supermercados e hipermercados, com produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,1%) e combustíveis e lubrificantes (8,7%) superaram os resultados de abril do ano anterior.
No varejo ampliado, que também considera veículos, motos, partes e peças (-1,9%) e material de construção (-7,6%), houve uma queda. No entanto, o setor de atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo viu um crescimento de 14,5% em abril de 2023 em comparação com o mesmo período do ano passado.
Esses dados são fundamentais para entender a dinâmica econômica do país em meio à pandemia de COVID-19, que tem provocado mudanças profundas nos hábitos de consumo. As autoridades e os economistas estão atentos a essas variações para projetar os possíveis cenários para a economia brasileira no restante do ano.