Pesquisa Gerp aponta empate técnico entre Flávio Bolsonaro e Lula na corrida de 2026
Levantamento nacional com 2 mil entrevistados indica Flávio Bolsonaro com 42% e Lula com 41% em simulação de segundo turno, dentro da margem de erro
Durante um período de quarenta dias, o tenente-coronel Mauro Cid, atualmente réu colaborador, teria mantido contato com diversas pessoas através de um perfil no Instagram, identificado como @gabrielar702. A Revista Veja revelou que mais de 200 mensagens foram trocadas por ele, contrariando uma determinação expressa do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibia o uso de redes sociais.
Foto: Reprodução "Eu só durmo por exaustão… E às 5:00 já acordo esperando a PF… E para ver as notícias. Para ver o que vão falar de mim… Ta f\
Expressando insatisfação com a forma como a Polícia Federal conduzia seu acordo de delação premiada, Cid também manifestou o desejo de se pronunciar publicamente sobre o caso. “Eu queria dar uma entrevista. Estou me coçando…”, escreveu em uma das conversas.
Os diálogos revelam ainda a visão de seus advogados, Cezar Bitencourt e Jair Alves Pereira, sobre as possibilidades de pena. Um deles teria afirmado que o cliente poderia receber uma pena de dois anos, considerando os meses já cumpridos em prisão fechada e domiciliar. “Na verdade, ele diz que nem seremos denunciados… Dr Jair acha que só pela vacina. Ele diz que não existe materialidade em nada, mas que o problema não é jurídico… É político”, relatou Cid em uma das mensagens.
Em outro trecho do material divulgado, um áudio atribuído a Mauro Cid revela detalhes da dinâmica dos depoimentos prestados à Polícia Federal. Ele descreve como os agentes conduziam as sessões, cortando suas falas e apresentando informações de terceiros para pressioná-lo. “Ele falava, nós temos outras informações. Eu falei, porra, então vocês me passam as informações para eu poder saber”, disse ele.
A veracidade do acordo de delação foi colocada em xeque após essas revelações. Segundo a Veja, Cid apresentava versões diferentes dos fatos para pessoas próximas, ao mesmo tempo em que colaborava com a investigação. Durante um interrogatório recente no STF, ele teria mentido ao ministro Alexandre de Moraes, negando uso das redes sociais, o que contraria os registros obtidos.
O advogado Celso Vilardi, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro, questionou diretamente Cid sobre o perfil no Instagram. “Quero saber se ele fez uso em algum momento para falar de delação de um perfil no Instagram que não está no nome dele. Conhece um perfil chamado @gabrielar702?”, perguntou. Cid respondeu: “Esse perfil, eu não sei se é da minha esposa”.
Em documento enviado ao Supremo, a defesa do militar classificou as mensagens como “uma miserável fake news”, negando qualquer relação com o perfil citado, mesmo que o nome coincida com o da esposa dele. A solicitação para que o STF investigasse o perfil foi aceita pelo ministro Alexandre de Moraes.
Essas revelações, segundo especialistas, podem comprometer severamente o acordo de delação, uma vez que, como colaborador, Cid se comprometeu judicialmente a falar apenas a verdade. Caso seja comprovado que mentiu, ele poderá perder todos os benefícios do acordo.