Atividades de mineração em congonhas suscitam tempestades de poeira intensas

Congonhas, Minas Gerais, encara tempestade de poeira intensa e moradores atribuem incidente à mineração

Por Plox

14/07/2023 07h19 - Atualizado há quase 2 anos

Em uma quinta-feira aparentemente normal no dia 13 de julho, os habitantes da cidade de Congonhas, na região Central de Minas Gerais, foram surpreendidos e incomodados por uma tempestade de poeira incomumente forte. A população local, que já vem observando estes fenômenos há algum tempo, atribui o incidente à atividade intensiva das mineradoras na região, juntamente com condições climáticas adversas.

Foto: Reprodução/Redes sociais

"Em períodos de tempo seco, como geralmente experimentamos na metade do ano, a poeira tende a ser tolerável. Contudo, quando ocorrem ventanias, como a de hoje, a poeira das minas é carregada pelo vento, o que causa o fenômeno tempestuoso", explica Sandoval de Souza, diretor de meio ambiente e saúde da União das Associações Comunitárias de Congonhas (Unaccon).

A presença dessas tempestades de poeira em Congonhas remonta a 2018, com os primeiros registros geralmente aparecendo em fevereiro. Em 2023, a tempestade registrada em 13 de julho foi particularmente intensa, segundo Souza, uma vez que as chuvas anteriores tinham minimizado a severidade do fenômeno.

Souza expressa a frustração da comunidade: "Esperávamos que este ano fosse diferente. A população está zangada, faz muitas reclamações, mas nenhuma solução é apresentada. O mais preocupante é que existe uma proposta para a expansão das minas, o que pode agravar a situação".

Ao ser consultada, a CSN Mineração, apontada pelos habitantes como responsável, assegura estar tomando medidas para minimizar a emissão de partículas de poeira. Segundo a empresa, essas ações incluem a umectação de vias, aspersão de pilhas, utilização de polímeros e cobertura vegetal contínua de áreas expostas. A companhia também afirma intensificar essas medidas durante esta época do ano, devido à possibilidade de ventos fortes. No entanto, apesar de todas as precauções, a CSN reconhece que ventos anormais de quase 50Km/h, como os registrados naquele dia, podem levar a uma maior movimentação de partículas de poeira.

 

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