Coronel da PM preso pelos atos de 8 de janeiro é encontrado desmaiado na prisão
Ele foi rapidamente hospitalizado para passar por exames médicos
Por Plox
14/07/2023 06h47 - Atualizado há quase 2 anos
Na sequência da investigação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o envolvimento da Polícia Militar nos incidentes ocorridos em 8 de janeiro, o Coronel Jorge Eduardo Naime da Polícia Militar do Distrito Federal encontrou-se em um cenário de urgência médica. Na quinta-feira (13), Naime, detido em um quartel, sentiu-se mal, necessitando de atendimento hospitalar imediato.
Gustavo Mascarenhas, defensor de Naime, relata que o coronel sofreu um desmaio na cela em que se encontrava. Foi o ruído ocasionado pela queda que alertou um policial responsável pela custódia, que prontamente prestou socorro. Segundo Mascarenhas, após atendimento médico no Hospital de Base, o Coronel Naime foi medicado e reconduzido à detenção.

"O policial da custódia se alarmou com um som de queda, encontrando o coronel inconsciente. Acreditamos que ele tenha batido a cabeça, o que explicaria o barulho. Foi então conduzido imediatamente ao hospital. Aguardamos o resultado dos exames, mas supomos uma crise hipoglicêmica, visto que Naime possui histórico de pré-diabetes", detalhou Mascarenhas.
No dia 26 de junho, Naime participou de uma audiência na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) referente aos eventos de 8 de janeiro. Nessa ocasião, o coronel declarou que as Forças Armadas impediram a PM de desmantelar os acampamentos golpistas instalados em frente ao Quartel General do Exército em Brasília, após o revés eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022.
Em suas palavras, "Fomos bloqueados. Não conseguimos implementar o planejado. Isso causou uma grande desconfiança em relação à PM", afirmou Naime. Ele argumentou que as ações da PM foram restritas naquele território e que houve falha na comunicação de informações de inteligência para o setor operacional, o que resultou na falta de contingente suficiente para repelir os invasores em 8 de janeiro.
Naime ressaltou: “A Polícia Militar cumpriu com a sua missão, mas estava desprovida de informação para mobilizar o efetivo necessário”, respondendo às acusações de possível negligência da PM.
Antes do depoimento, Naime apresentou um atestado médico justificando sua ausência por estar com quadro de depressão e transtorno de ansiedade. No entanto, após avaliação da junta médica do Senado, o policial reverteu a decisão e optou por depor.