Idosos suspeitos de fraudes multimilionárias em leilões de gado são detidos em operação da Polícia Civil

Na manhã da última quarta-feira (12), uma operação da Polícia Civil de Minas Gerais culminou na prisão de dois idosos, com idades de 61 e 72 anos, na região do Triângulo Mineiro, especificamente em Campina Verde, Gurinhatã e Ituiutaba. A ação estendeu-se até Quirinópolis, em Goiás. Os suspeitos são investigados por sua suposta participação em um esquema de fraudes em leilões de gado, causando prejuízos milionários para as vítimas.

Além das detenções, a operação resultou na apreensão de um vasto conjunto de materiais. Foram encontrados talões e folhas de cheques, com diversos titulares, totalizando mais de 2,4 milhões de reais. Também foram apreendidos R$100 mil em espécie, celulares, veículos, duas armas de fogo e um contingente de cabeças de gado.

A operação, porém, ainda tem alvos em aberto: há ainda dois suspeitos, que estão foragidos e são alvo de busca pela polícia.

O esquema fraudulento: como funcionava

As investigações se iniciaram em junho, a partir de informações que apontavam para crimes contra uma empresa organizadora de leilões situada em Gurinhatã. As apurações da Polícia Civil de Minas Gerais revelaram que um homem de 44 anos, de forma recorrente, arrematava animais em leilões, fazendo o pagamento com cheques sem fundos de sua titularidade. Posteriormente, os animais eram transportados para a fazenda de seu pai, o idoso de 72 anos, após a emissão de guias em nome deste.

O esquema não se limitava a essa modalidade de fraude. Em algumas ocasiões, o mesmo indivíduo emitia a guia dos animais para um terceiro, um homem de 34 anos, porém continuava transportando os animais para a fazenda do pai. Ao longo de apenas três meses, o grupo conseguiu adquirir um total de 951 cabeças de gado.

Em paralelo a este esquema, um outro suspeito, de 61 anos, residente em Campina Verde, praticava ações semelhantes, tendo adquirido mais de 300 cabeças de gado através de golpes contra a mesma empresa de leilões em Gurinhatã. O pagamento era feito com cheques de sua titularidade, que posteriormente eram sustados sob a alegação de roubo.

Após o levantamento dessas informações, o delegado Rafael de Freitas Faria solicitou a prisão preventiva dos quatro suspeitos, além de mandados de busca e apreensão em suas residências e propriedades rurais. A investigação, parte da Operação Arremate, prossegue em busca dos outros dois homens ainda foragidos, bem como a identificação de outros possíveis envolvidos.