No mesmo dia em que a Procuradoria-Geral da República (PGR) deve apresentar suas alegações finais no processo que investiga uma suposta tentativa de golpe para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro voltou a se manifestar publicamente.
"A verdade é mais dura: querem me destruir por completo - eliminar fisicamente, como já tentaram - para que possam, enfim, alcançar você. O cidadão comum. A sua liberdade. A sua fé. A sua família\
A fala ocorre no momento em que a PGR finaliza o posicionamento sobre a ação penal que investiga o chamado núcleo 1 do inquérito do golpe. Esse núcleo é composto por pessoas ligadas diretamente ao ex-presidente e é acusado de elaborar um plano ilegal com o objetivo de impedir a transição do governo após a derrota nas eleições de 2022. A investigação aponta ações que teriam buscado desacreditar o sistema eleitoral brasileiro, além de incentivar rompimentos institucionais para manter Bolsonaro no poder.
Durante sua publicação, Bolsonaro reiterou críticas ao que chamou de 'sistema', acusando-o de praticar censura, repressão e perseguição: “Mentem, censuram, prendem, distorcem, caluniam, perseguem, agridem - sempre com a mesma narrativa: ‘pela democracia’. Mas qual democracia permite apenas um lado falar, pensar e existir?”, escreveu.
Afastado das urnas até 2030 por decisão da Justiça Eleitoral, Bolsonaro mantém uma postura ativa nas redes sociais e entre apoiadores. Ele tenta sustentar sua influência política, mesmo diante das investigações que colocam em xeque sua atuação após o resultado das eleições presidenciais.
A movimentação da PGR marca uma nova fase na ação penal, aproximando o caso de um desfecho no Supremo Tribunal Federal, que deverá julgar os envolvidos pela tentativa de ruptura institucional.