Intervenção política reduz tensão digital sobre o IOF

Após ofensiva de lideranças para conter ataques a Hugo Motta, discussões sobre o imposto perderam força nas redes sociais

Por Plox

14/07/2025 07h18 - Atualizado há 2 dias

Entre os dias 3 e 8 de julho, o volume de discussões nas redes sociais sobre a proposta de alteração no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sofreu uma queda notável. A movimentação virtual, que vinha em alta desde o fim de junho, perdeu intensidade no auge da tensão entre o Executivo e a Câmara dos Deputados.


Imagem Foto: Presidência


No dia 3 de julho, foram computadas aproximadamente 677 mil publicações sobre o tema. No entanto, cinco dias depois, esse número caiu drasticamente para cerca de 316 mil, uma retração superior a 50%. O engajamento nas plataformas também acompanhou essa queda, passando de 5,4 milhões para pouco mais de 2,1 milhões de interações.



Esse arrefecimento coincide com um movimento coordenado de lideranças políticas que intervieram para diminuir os ataques direcionados ao deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), atual presidente da Câmara. Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais, e o deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Casa, se manifestaram publicamente em apoio a Motta, repudiando os ataques pessoais e destacando a importância de focar a discussão na justiça tributária.


Além deles, o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) entrou em cena, apelando por moderação. No âmbito do Judiciário, o ministro Alexandre de Moraes, relator no Supremo Tribunal Federal (STF) dos processos que envolvem o novo modelo do IOF, também se movimentou. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, declarou que, diante da falta de consenso, caberia à Corte oferecer uma solução institucional.



\"Mesmo em tempos de redes inflamadas, as pontes da política ainda têm algum poder de contenção\", apontou um especialista da consultoria Bites.

A consultoria foi a responsável por monitorar os dados a pedido do PlatôBR e indicou que a desaceleração nas menções e no engajamento foi clara nesse intervalo de seis dias.

Essa calmaria temporária nas redes sociais antecedeu o novo pico de debates provocado pela decisão do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que impôs tarifas a produtos brasileiros no dia 9 de julho. Ainda assim, os dias anteriores ao tarifaço mostraram que a ação conjunta entre Executivo, Legislativo e Judiciário pode ser capaz de reduzir o calor das discussões online, mesmo em cenários marcados por alta polarização.



A análise indica que o ambiente digital continua sensível a ações políticas coordenadas, especialmente quando envolvem figuras de peso como ministros do STF e líderes partidários.


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