Menina indígena de 12 anos morre grávida de 32 semanas em hospital de Minas

Adolescente da etnia Warao teve complicações graves e não resistiu após parto de emergência; bebê segue internado

Por Plox

14/07/2025 12h33 - Atualizado há 2 dias

Uma tragédia comoveu moradores de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, neste domingo (13/7), quando uma menina indígena de 12 anos morreu após enfrentar complicações gestacionais graves. Ela estava grávida de 32 semanas e deu entrada no Centro Materno-Infantil da cidade na sexta-feira (11/7), já em estado considerado gravíssimo.


Imagem Foto: Rede Social


De acordo com a unidade hospitalar, a jovem passou por um parto de emergência e, em seguida, por uma cirurgia na cabeça. Mesmo com os esforços médicos, a adolescente não resistiu. O bebê, por sua vez, sobreviveu e segue internado na maternidade.


A adolescente fazia parte de uma comunidade indígena da etnia Warao, originária da Venezuela. Ela vivia com pais e familiares em uma ocupação na cidade, onde habitam cerca de 25 famílias do mesmo grupo. Ao todo, a comunidade Warao conta com cerca de 200 pessoas e está em Betim desde setembro de 2023, após uma longa jornada iniciada em Boa Vista (RR).



Segundo relato de parentes, a menina começou a apresentar convulsões na última segunda-feira (7/7), mas só foi levada ao atendimento médico na quinta (10/7), sendo inicialmente atendida em uma unidade de pronto atendimento. No dia seguinte, com agravamento do quadro, foi encaminhada ao hospital.


A família afirma que nem a menina nem os pais tinham conhecimento da gestação, descoberta apenas quando ela já estava com aproximadamente seis meses. O tio informou que, até recentemente, ela se alimentava normalmente e não apresentava sinais de desconforto. No entanto, nos últimos dias, passou a recusar comida e reclamar de fortes dores de cabeça.



A Prefeitura de Betim declarou, em nota oficial, que todos os protocolos clínicos foram rigorosamente seguidos e que a família recebeu atendimento multiprofissional, incluindo acompanhamento psicológico.


Parentes e outros membros da ocupação prestaram homenagens em frente à maternidade. O corpo da adolescente será velado nesta segunda-feira (14/7) na própria comunidade onde vivia.


Enquanto isso, outro caso semelhante foi registrado na mesma semana em Nova Serrana, também em Minas. Uma menina de 12 anos descobriu estar grávida ao procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na quinta-feira (10/7), queixando-se de dores abdominais. Exames médicos confirmaram a gravidez.



Ambos os casos foram registrados como estupro de vulnerável, conforme o Artigo 217-A do Código Penal, que define como crime qualquer relação sexual com menores de 14 anos, independentemente de consentimento.


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