Ministro afirma que sistema antifraude do INSS foi desativado no governo Lula

Wolney Queiroz revelou que mecanismos internos de alerta contra fraudes foram intencionalmente desligados nos primeiros anos da atual gestão

Por Plox

14/07/2025 17h07 - Atualizado há 1 dia

Durante o 20º Congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, realizado em São Paulo, o atual ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, revelou que os sistemas internos de alerta usados para identificar fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foram deliberadamente desativados no início do atual mandato presidencial.


Imagem Foto: Presidência


Segundo Queiroz, os chamados 'alarmes', mecanismos responsáveis por indicar movimentações suspeitas ou possíveis irregularidades nos processos de descontos do INSS, foram neutralizados de forma proposital entre os anos de 2023 e 2024.
“Os alarmes foram desligados em 2023 e 2024. O que significa isso? Que os pontos de atenção que poderiam dar o alarme para o ministério [da Previdência] foram propositalmente neutralizados”

, afirmou o ministro.


A declaração foi feita na sexta-feira, dia 11, e marcou uma tentativa do atual comando da Previdência de se desvincular das fraudes que vêm sendo investigadas. Wolney Queiroz destacou que, à época das denúncias iniciais, ocupava o cargo de secretário-executivo da pasta e esteve presente em uma reunião do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), realizada em junho de 2023, onde surgiu o primeiro alerta formal sobre as irregularidades.



Na ocasião, o então ministro da Previdência era Carlos Lupi, que deixou o cargo em maio deste ano, após o escândalo envolvendo os descontos ilegais vir à tona. Wolney Queiroz assumiu a função em seu lugar e, desde então, tem se posicionado de forma crítica à forma como os alertas de possíveis fraudes foram tratados anteriormente. Ele apontou que o ministério não foi devidamente notificado pelas estruturas internas do INSS, como a corregedoria, ouvidoria, auditoria e controle interno.


O ministro afirmou ainda que esperava que a cúpula do INSS tomasse providências após os primeiros sinais de irregularidades, o que não aconteceu. Ele reforçou que o ministério não tinha ciência das práticas porque os canais de alerta foram bloqueados de forma intencional, dificultando a ação da pasta diante do problema.


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