Motorista que matou dentista após beber seis cervejas é indiciado por homicídio

O inquérito sobre o acidente que causou a morte da dentista Kamilla Morais Madrona, de 26 anos, em Coronel Fabriciano, foi encerrado nesta sexta-feira (11) pela Polícia Civil de Minas Gerais. O responsável pela tragédia, Aysllan Rafael dos Santos Matos, de 21 anos, foi formalmente indiciado por homicídio qualificado, com base na constatação de que assumiu o risco de provocar a morte ao dirigir em condições perigosas.

Foto: Redes Sociais

A colisão ocorreu no último domingo (6), no trecho urbano da BR-381, precisamente na Avenida Tancredo Neves, uma das vias mais perigosas e movimentadas da cidade. O jovem dirigia um carro em alta velocidade, sob efeito de álcool, e invadiu a contramão. Ele atingiu de frente duas motocicletas, causando ferimentos em dois homens e levando à morte de Kamilla, que conduzia uma das motos.

A investigação revelou que, momentos antes do acidente, o motorista teria consumido seis garrafas de cerveja. Essa informação foi confirmada tanto por ele quanto pela passageira do veículo, uma jovem grávida de 18 anos. O teste do bafômetro apontou 0,65 mg/L de álcool no ar, mais que o dobro do permitido pela legislação brasileira.

Além disso, câmeras de segurança e o laudo da perícia técnica comprovaram que o carro avançou um sinal vermelho, estava em velocidade superior à permitida e invadiu a pista oposta. A Polícia Civil classificou a conduta como dolosa, ou seja, o motorista agiu com plena consciência de que poderia causar um acidente fatal.

"A conduta do motorista foi dolosa, pois ele assumiu conscientemente o risco de causar uma tragédia ao dirigir embriagado e em alta velocidade", afirmou a delegada responsável pelo caso

A defesa alegou que o casal seguia para um hospital, porém a polícia descartou essa versão ao constatar que havia uma unidade de saúde mais próxima e não existiam registros de atendimento anterior para a passageira.

Kamilla foi socorrida com ferimentos graves e encaminhada ao Hospital José Maria de Morais, mas morreu pouco depois de dar entrada. Os outros dois motociclistas envolvidos, de 28 e 46 anos, tiveram escoriações e fraturas. Já a passageira grávida saiu ilesa, mas foi mantida em observação.

A Polícia Civil também indiciou Aysllan por lesões corporais culposas e representou pela suspensão cautelar de sua carteira de habilitação. A solicitação de manutenção da prisão preventiva também foi encaminhada, com base na gravidade do crime e risco de novas infrações. O inquérito foi remetido ao Ministério Público, que deve formalizar a denúncia judicial.

A jovem dentista, segundo relatos de amigos e familiares, era muito querida e estava prestes a iniciar uma especialização na área.