General Heleno nega envolvimento em tentativa de golpe

A defesa do general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), protocolou nesta quarta-feira (13) as alegações finais no Supremo Tribunal Federal (STF), negando qualquer participação ativa na suposta tentativa de golpe atribuída a integrantes do governo de Jair Bolsonaro.

Foto: Agência Brasil

Heleno é um dos réus classificados no núcleo 1 da ação penal que investiga uma possível articulação para desacreditar o sistema democrático e a Justiça brasileira. O processo é conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, que começou a ouvir presencialmente os acusados na sala de julgamentos da Primeira Turma do STF.

“A conduta do general Heleno, então Ministro do GSI, foi meramente acessória e periférica em relação ao núcleo organizacional, não havendo elementos que indiquem relevância causal de sua atuação para o êxito da empreitada criminosa”

A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Heleno de apoiar ações voltadas a minar a credibilidade das instituições democráticas, incluindo a Justiça Eleitoral e a votação eletrônica, além de dar respaldo a medidas conduzidas por Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), com objetivo de desacreditar o funcionamento das instituições.

Os advogados do militar, contudo, sustentam que as provas colhidas durante a fase de instrução afastam qualquer hipótese de que ele tenha desempenhado papel central nas articulações golpistas.

O prazo para a apresentação das alegações finais se encerra nesta quarta-feira, às 23h59. Esse é o último passo antes do julgamento que pode absolver ou condenar os acusados.

Além de Heleno, outros integrantes do chamado núcleo 1 também estão sendo processados: o ex-presidente Jair Bolsonaro; Alexandre Ramagem; Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; Walter Braga Netto, ex-ministro e ex-candidato à vice-presidência; e o tenente-coronel Mauro Cid, que já apresentou suas alegações por estar na condição de delator.