Jacaré Alfredo reaparece vivo após sumiço e susto em Lagoa Santa
Após grave ferimento causado por arpões, réptil querido da cidade foi visto imóvel, mas reapareceu bem e monitorado por especialistas
Por Plox
14/08/2025 13h18 - Atualizado há 27 dias
Moradores de Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, passaram por momentos de apreensão com o sumiço de Alfredo, o jacaré que há anos habita a Lagoa Central e se tornou símbolo da cidade.

Após ser resgatado em 5 de agosto com dois arpões cravados no corpo, o animal recebeu atendimento do Corpo de Bombeiros e foi devolvido à natureza. No entanto, imagens capturadas por drone nesta quarta-feira (13/8) mostraram o réptil imóvel, o que alimentou rumores sobre sua possível morte.
O vídeo foi feito por Johnny Patrick Moreira, morador local que costuma registrar cenas da cidade. Segundo ele, o jacaré estava parado em um brejo próximo ao Bairro Recanto da Lagoa e não apresentava sinais de respiração visíveis, mesmo com o drone a apenas um metro de distância.
Preocupados, integrantes do Grupo de Resgate Animal retornaram ao local e provocaram uma leve movimentação para verificar a reação do animal. Para alívio de todos, Alfredo respondeu ao estímulo, demonstrando comportamento compatível com boas condições de saúde, segundo a equipe.
A Prefeitura de Lagoa Santa informou que a Diretoria de Meio Ambiente está conduzindo ações de manejo voltadas à preservação do ecossistema da lagoa, incluindo o cadastramento da fauna local. Além disso, o réptil seguirá sendo monitorado de forma constante.
De acordo com o biólogo André Yves, especialista em ecologia e conservação de jacarés, o comportamento de Alfredo é normal após eventos estressantes como ferimentos ou resgates. “Esses animais precisam absorver calor por longos períodos ao sol, especialmente no inverno. Ficar imóvel é uma estratégia natural”, explicou.
O biólogo ainda ressaltou que o sistema imunológico dos crocodilianos é extremamente resistente. “Eles evoluíram há milhões de anos. Uma simples infecção ou sangramento raramente representa risco fatal.”
Alfredo vive há pelo menos cinco anos na lagoa e pertence à espécie jacaré-de-papo-amarelo. Até hoje, não há registros de comportamento agressivo ou ataques a humanos. Além dele, outros dois jacarés da mesma espécie já foram vistos na mesma região.
Para garantir a segurança do animal, André sugeriu que o grupo de resgate mantenha o acompanhamento por alguns dias, reforçando a importância do monitoramento contínuo.