Presidente da ALMG critica foco eleitoral de Zema em meio à crise financeira de Minas

Tadeuzinho cobra prioridade nas finanças estaduais enquanto governador prepara pré-campanha presidencial em São Paulo

Por Plox

14/08/2025 09h34 - Atualizado há 3 dias

A crise fiscal que assombra Minas Gerais reacendeu o debate político entre as lideranças do estado. Ontem, o presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Martins Leite (MDB), lançou duras críticas tanto ao governo federal, que é credor de R$ 170 bilhões da dívida mineira, quanto à postura adotada pelo governador Romeu Zema (Novo), que, neste sábado, deve lançar oficialmente sua pré-campanha à Presidência da República, em evento marcado para São Paulo.


Imagem Foto:  Guilherme Dardanhan/ALMG


Para Tadeuzinho, como é conhecido o deputado, a condução política atual deixa a desejar diante da urgência em resolver os problemas financeiros que afetam a população mineira. Ele argumenta que, ao invés de se dedicar às articulações para solucionar o impasse da dívida, Zema tem priorizado seus planos eleitorais.
\"Nós temos que descer do palanque, nós temos que parar de preocupar com o voto lá em 2026 e resolver o problema de Minas. Este é o problema mais urgente que nós temos\"

, declarou.


Durante seu pronunciamento, Tadeu Leite ainda lamentou a falta de diálogo entre os governos estadual e federal e disse que pretende ir a Brasília em busca de uma prorrogação do prazo para adesão ao regime de recuperação fiscal. O decreto que regulamenta esse processo vence no dia 31 de dezembro deste ano. Para ele, o momento exige menos disputa eleitoral e mais compromisso com a gestão pública.


Em contraponto à tentativa de negociação, o vice-governador Mateus Simões (Novo) intensificou o embate político ao disparar críticas contra a União. Segundo ele, a dívida foi herdada de gestões anteriores e negligenciada pelo governo federal, mas a atual gestão também já soma sete anos à frente do estado sem conseguir equacionar a situação.


Tadeuzinho, com uma postura mais conciliadora, cobrou maturidade institucional de ambos os lados. Ele destacou que este mês seria essencial para discutir a dívida mineira e que o lançamento da pré-campanha de Zema neste momento coloca em xeque as prioridades do governo estadual.
\"Será que é a prioridade do governo? Ou é fazer política?\"

, questionou, em crítica clara ao governador.


Nos bastidores políticos, Zema tenta repetir a fórmula de 2018, apostando em uma candidatura independente e sem alianças fortes, agora em escala nacional. No entanto, seus concorrentes diretos dentro do espectro da direita — como Ronaldo Caiado (Goiás), Ratinho Jr. (Paraná) e Tarcísio de Freitas (São Paulo) — apresentam índices de gestão e aprovação mais sólidos. Tarcísio, inclusive, lidera entre os nomes bolsonaristas devido à sua identificação mais clara com esse grupo político.


Apesar de tentar se posicionar como o novo nome da direita, Zema tem enfrentado críticas por omitir os resultados de sua administração à frente de Minas Gerais, principalmente nas entrevistas que concede à imprensa nacional. Nelas, adota um discurso antipetista, mas não apresenta balanços consistentes de sua gestão, o que, segundo analistas, o coloca como mais um nome repetindo o mesmo discurso, sem apresentar o “lado B” do que foi realizado no estado.



Neste cenário, com Minas em dificuldades e a agenda nacional se impondo, a cobrança feita por Tadeuzinho reflete um chamado à responsabilidade. A prioridade, segundo ele, deve ser resolver o rombo nas contas públicas antes de mirar o Palácio do Planalto.


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