Papa Francisco critica Trump e Kamala Harris por políticas migratórias e aborto: 'ambos são contra a vida'

Em retorno a Roma, o pontífice se manifestou sobre os principais candidatos à presidência dos Estados Unidos, destacando questões sobre migração e aborto.

Por Plox

14/09/2024 09h52 - Atualizado há 4 meses

O papa Francisco, em sua volta a Roma nesta sexta-feira (13), após uma extensa viagem de 12 dias pelo sudeste asiático e Oceania, fez críticas contundentes aos candidatos à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump e Kamala Harris. O pontífice, de 87 anos, declarou que ambos os candidatos são "contra a vida", associando suas declarações tanto à posição de Trump em relação aos migrantes quanto ao apoio de Harris ao direito ao aborto.

Foto: Reprodução de vídeo

Durante a viagem, que incluiu visitas a países como Indonésia, Timor-Leste, Papua-Nova Guiné e Singapura, Francisco ressaltou que sua saúde está em boas condições, dissipando preocupações que surgiram recentemente. Essa foi a viagem mais longa de seus onze anos e meio de pontificado, e nela, o líder católico reafirmou sua posição firme sobre temas morais que considera centrais.

Migração e aborto em foco nas críticas papais

Ao comentar as políticas de Donald Trump e Kamala Harris, Francisco declarou: "Ambos são contra a vida, tanto o que expulsa os migrantes quanto o que mata as crianças". Trump, que coloca a questão migratória no centro de sua campanha, é conhecido por suas duras políticas contra imigrantes. Por outro lado, Harris, a atual vice-presidente, mantém uma postura firme em defesa do direito ao aborto, tema que divide a sociedade americana e que frequentemente é alvo das críticas do pontífice.

O papa se mostrou especialmente crítico em relação à falta de acolhimento e oportunidades de trabalho para migrantes, considerando isso um pecado grave. "Não sou dos Estados Unidos, não vou votar lá. Mas sejamos claros: tanto não dar aos migrantes a possibilidade de trabalhar quanto não lhes fornecer acolhida é um pecado, é grave", afirmou, segundo a tradução de suas palavras publicada no portal Vatican News.

A difícil escolha eleitoral: 'o mal menor'

Francisco também fez um apelo aos eleitores americanos, sugerindo que, embora não possa votar, acredita que é essencial fazer uma escolha consciente, mesmo que isso signifique optar pelo "mal menor". "Na moral política, no geral se costuma dizer que não votar é ruim, não é bom. É preciso votar e é preciso escolher o mal menor. Quem é o mal menor? Essa senhora ou esse senhor? Não sei, que cada um pense com sua consciência", afirmou o pontífice.

Reação do governo dos EUA

Após essas declarações, a Casa Branca se pronunciou por meio de sua porta-voz, Karine Jean-Pierre. Quando questionada sobre as críticas do papa, ela respondeu: "O papa fala por si próprio. Não conversei com o presidente sobre os comentários específicos do papa sobre as próximas eleições", sem dar mais detalhes sobre a posição do governo em relação às declarações do pontífice.

Postura firme sobre migração e aborto

Francisco tem mantido uma postura consistente sobre os temas da migração e do aborto. Ele frequentemente denuncia a rejeição dos migrantes por sociedades ocidentais e compara o aborto ao assassinato, uma visão que, mais uma vez, deixou clara em suas declarações.

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