CPI do INSS recorre ao STF para garantir depoimento de investigados
Decisão do ministro André Mendonça permitiu que suspeitos não comparecessem à comissão; Carlos Viana defende obrigatoriedade
Por Plox
14/09/2025 09h09 - Atualizado há 1 dia
O senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, anunciou neste sábado (13) que vai entrar com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar obrigar os empresários Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e Maurício Camisotti a prestarem depoimento na comissão.

A decisão ocorre após o ministro André Mendonça autorizar que os dois investigados tivessem a opção de não comparecer à CPMI. Eles estavam previstos para falar na próxima semana e são apontados como peças centrais no esquema de descontos ilegais aplicados em benefícios de aposentados e pensionistas, fraude que, segundo a Polícia Federal, pode ultrapassar R$ 6 bilhões.
Antônio Carlos e Camisotti foram presos na sexta-feira (12) durante operação da Polícia Federal. Nas buscas realizadas em suas residências, agentes apreenderam carros de luxo, armas, esculturas eróticas e quadros. Ainda assim, a CPMI solicitou ao STF a liberação dos investigados para que pudessem depor presencialmente.
Neste sábado, após a negativa, Viana declarou que insistirá na obrigatoriedade.
\"É fundamental que eles compareçam para que possamos esclarecer, com mais rapidez, tudo o que aconteceu. Respeito a decisão do ministro, mas considero injustificável liberar os investigados de prestar depoimento\", afirmou.
A CPMI, instalada em 20 de agosto, apura fraudes em descontos não autorizados realizados entre 2019 e 2024, mas o plano de trabalho da comissão prevê investigações a partir de 2015, abrangendo os governos de Dilma Rousseff, Michel Temer, Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. O foco é esclarecer como se consolidou a rede de corrupção que afetou milhões de beneficiários.
Agora, o presidente da comissão busca que o STF reveja a decisão, mantendo a presença obrigatória dos investigados como parte essencial para a continuidade dos trabalhos parlamentares.