Lula diz ter orgulho do STF por condenação de Bolsonaro
Em artigo no New York Times, presidente afirma que julgamento seguiu a Constituição e nega perseguição política
Por Plox
14/09/2025 12h46 - Atualizado há 1 dia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou neste domingo (14) um artigo no jornal norte-americano New York Times, em que expressa apoio à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado em 2022.

Na publicação, Lula classificou a sentença como um marco na história do país. “Estou orgulhoso do Supremo Tribunal Federal pela sua decisão histórica de quinta-feira, que salvaguarda nossas instituições e o Estado democrático de direito”, escreveu.
O presidente rebateu críticas internacionais, especialmente dos Estados Unidos, que acusam a Justiça brasileira de agir politicamente contra Bolsonaro. “Isso não foi uma ‘caça às bruxas’. O julgamento foi resultado de um processo conduzido em conformidade com a Constituição de 1988, promulgada após duas décadas de luta contra uma ditadura militar”, afirmou.
Lula destacou que as investigações revelaram a gravidade dos atos atribuídos a Bolsonaro. Entre as descobertas, estariam planos para assassinar o próprio presidente, o vice-presidente e um ministro do STF, além de um rascunho de decreto que visava anular o resultado das eleições de 2022.
No artigo, o petista também criticou o governo do ex-presidente norte-americano Donald Trump, acusando-o de utilizar medidas comerciais e diplomáticas para pressionar o Brasil. “O governo dos Estados Unidos está usando tarifas e a Lei Magnitsky para buscar impunidade para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que orquestrou uma tentativa fracassada de golpe em 8 de janeiro de 2023”, declarou.
Apesar das críticas, Lula afirmou estar aberto ao diálogo com os Estados Unidos, desde que haja respeito mútuo. “O Brasil continua disposto a negociar tudo que possa trazer benefícios mútuos. Mas a democracia brasileira e sua soberania não serão colocadas em jogo”, concluiu.
A declaração acontece em um momento delicado nas relações diplomáticas entre os dois países, com repercussões políticas internas e internacionais.