Mercosul e EFTA formalizam acordo comercial após oito anos de negociações
Assinatura ocorrerá no Rio de Janeiro e garante acesso facilitado a mercados europeus com alta renda
Por Plox
14/09/2025 09h05 - Atualizado há 1 dia
Na próxima terça-feira, dia 16 de setembro, um marco histórico será alcançado no cenário das relações comerciais internacionais: o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) irão assinar oficialmente um acordo de livre comércio. A cerimônia ocorrerá no Rio de Janeiro, durante a reunião de chanceleres do bloco sul-americano, que será presidida pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a parceria representa um passo significativo na consolidação da união aduaneira do Mercosul e visa ampliar a rede de acordos internacionais em meio ao atual contexto global, classificado pelo governo como “instável e complexo”. A assinatura representa a conclusão de um processo que se estendeu por oito anos, desde o início das negociações em 2017.
O Mercosul é composto por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia. Já a EFTA reúne quatro países europeus: Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein — todos com elevado poder aquisitivo e forte presença no comércio internacional.
A formalização do tratado visa facilitar o acesso das exportações industriais dos países sul-americanos ao mercado europeu. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, celebrou o avanço das negociações.
“Foram oito anos de trabalho duro, mas o resultado mostra que o diálogo é o caminho para estimularmos nossa economia”
, declarou Alckmin em julho, quando foi anunciada a conclusão das tratativas.
Para o governo brasileiro, o novo acordo amplia as possibilidades de inserção internacional do Mercosul e diversifica as rotas comerciais dos países-membros. O tratado deve beneficiar especialmente os setores industriais, ao promover uma maior integração com economias de alta renda e fortalecer a posição estratégica do bloco na economia global.
Além de vantagens comerciais, o acordo também representa um avanço diplomático relevante. Ele moderniza os termos das relações econômicas entre os dois blocos e reforça o papel do Brasil e de seus parceiros regionais no comércio internacional.
O Itamaraty destacou que, diante das incertezas e disputas geopolíticas em curso, fortalecer laços com blocos como a EFTA é essencial para garantir maior estabilidade e previsibilidade nas relações comerciais.
O encontro da próxima terça-feira deverá contar com a presença de autoridades dos países membros do Mercosul e da EFTA, marcando a assinatura do documento final do acordo, que será posteriormente encaminhado para os processos de ratificação em cada um dos países signatários.