Projeto da Cenibra protege espécies em extinção e preserva Mata Atlântica

Por Plox

14/10/2019 10h15 - Atualizado há mais de 4 anos

Criada há 25 anos pela CENIBRA, a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Macedônia proporciona um espaço relevante na região do Vale do Rio Doce de convívio harmonioso entre o homem e a natureza, incentivando a conservação da biodiversidade, fomentando a consciência ambiental e oferecendo belas atrações turísticas aos visitantes.

Localizada à margem direita do Rio Doce, no município de Ipaba-MG, a Fazenda Macedônia conta com uma área total de aproximadamente 3 mil hectares, dos quais cerca de 50% estão cobertos com vegetação nativa. Nos 50% restantes, os projetos de reflorestamento com eucalipto são implementados com as mais modernas técnicas, que obtêm a máxima produção de madeira e mantêm a capacidade produtiva do ambiente.

DivulgaçãoFazenda Macedonia 2

A área de florestas nativas da Fazenda Macedônia é um dos principais remanescentes de Mata Atlântica no estado, onde parte desta, 560 hectares, é reconhecido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio da portaria Nº 111, de 14 de outubro de 1994, como RPPN.

A RPPN é uma das categorias de Unidades de Conservação previstas em lei, criada pelo governo federal como uma estratégia para promover a conservação da diversidade biológica por meio de áreas protegidas pela iniciativa de proprietários particulares.

Para a CENIBRA, o exemplo da Fazenda Macedônia reflete uma importante contribuição do setor privado aos esforços governamentais para a conservação dos ecossistemas naturais e da biodiversidade.

Alto valor de conservação

A Fazenda Macedônia é considerada, ainda, uma Área de Alto Valor para Conservação (AAVC). A AAVC é uma terminologia utilizada pelo Conselho de Manejo Florestal (FSC, na sigla em inglês) – instituição internacional de certificação florestal – para designar áreas consideradas notavelmente significativas ou de extrema importância biológica, ecológica, social ou cultural. No caso da Fazenda Macedônia, o principal atributo que a confere como uma AAVC é a presença de uma quantidade significativa de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção.

Os estudos e monitoramentos da biodiversidade realizados na Fazenda Macedônia já possibilitaram, até o momento, o registro de 257 espécies de aves e 31 espécies de mamíferos de médio e grande porte, sendo que 15 espécies de aves e sete de mamíferos encontram-se presentes em listas oficiais de espécies ameaçadas de extinção.

Projeto Mutum

Na Fazenda Macedônia é desenvolvido, desde 1990, o pioneiro projeto de reintrodução de aves silvestres ameaçadas de extinção, o Projeto Mutum. O Projeto é desenvolvido por meio de um acordo de cooperação técnica e científica entre a CENIBRA e a Sociedade de Pesquisa do Manejo e da Reprodução da Fauna Silvestre (CRAX). Desde sua implantação, o projeto já possibilitou a soltura do Mutum-do-sudeste (Crax blumembachii), do Macuco (Tinamus solitarius), da Capoeira (Odontophorus capueira), do Jaó (Crypturellus n. noctivagus), do Inhambuaçu (Crypturellus obsoletus), do Jacuaçu (Penelope obscura bronzina) e da Jacutinga (Aburria jacutinga).

DivulgaçãoFazenda Macedonia 1

Trata-se de um trabalho inovador tanto no Brasil quanto no exterior, já que contempla não só a proteção ou criação em cativeiro de espécies da fauna ameaçadas, mas também a sua recondução ao ambiente de origem.

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