Demolição não autorizada de casas abala idoso em Minas Gerais

Na última quarta-feira (11) em Angueretá, distrito de Curvelo, Minas Gerais, a serenidade da vida de Valdevir Gomes da Silva, 73 anos, foi abruptamente interrompida. O idoso teve que se apressar para deixar sua casa quando foi surpreendido pela inesperada chegada de duas máquinas demolindo tudo à vista. Na ocasião, quatro casas da família foram demolidas, uma delas com "todos os móveis e pertences dentro", relata um senhor visivelmente abalado.

O prefeito de Curvelo, Luiz Paulo, manifestou-se, enfatizando a inexistência de ordens legais para tal ato. "A Justiça não nos comunicou de nada", afirmou, condenando a ação como desumana e possivelmente ilegal.

 Admissão e Ausência

A Polícia Militar identificou o empresário, proprietário da empresa Altivo Marmoraria, como responsável pela ordem de demolição. O homem, ao ser contatado, admitiu por telefone ter ordenado a ação, justificando que acreditava ser o dono do terreno. Ainda segundo ele, um encontro presencial na delegacia seria impossível devido à sua localização distante no momento.

O incidente se tornou caso para investigação policial, com a delegacia da Polícia Civil prevista para abrir um inquérito. Entretanto, o retorno da empresa envolvida, quando procurada para esclarecimentos, permanece pendente.

A vida interrompida

Valdevir, que vivia há 20 anos no local, descreveu com angústia o momento traumático. “Disseram para eu sair de casa ou iam derrubar tudo em cima de mim”, contou o idoso, que só conseguiu salvar uma geladeira e um fogão antes que sua residência fosse reduzida a escombros.

Ricardo Regis Gonçalves da Silva, filho de Valdevir, relata que o terreno pertence à família há mais de duas décadas e que nunca esteve envolvido em disputas judiciais pela propriedade. "Temos todos os documentos, temos a escritura lavrada”, assegura. Ele ainda compartilha a resistência do pai em deixar o local onde viveu por tanto tempo, demonstrando o profundo impacto psicológico causado pela situação.