Furto de 21 metralhadoras em quartel de SP: maior desvio de armas no Exército Brasileiro desde 2009
Arsenal de Guerra em Barueri é alvo de roubo que deixa 480 militares retidos e levanta questões sobre segurança
Por Plox
14/10/2023 12h37 - Atualizado há mais de 1 ano
No que é considerado o maior desvio de armas no Exército brasileiro desde 2009, 21 metralhadoras foram furtadas de um quartel em Barueri, na Grande São Paulo. Treze dessas armas têm capacidade para derrubar aeronaves, segundo o Instituto Sou da Paz, que monitora esses incidentes.

Após a descoberta do desaparecimento das 13 metralhadoras calibre .50 e outras 8 metralhadoras calibre 7,62 durante uma vistoria na última terça-feira (10), 480 militares do Arsenal de Guerra em Barueri foram orientados por seus superiores a permanecerem "aquartelados". Isso significa que não podem deixar o local até que sejam ouvidos na investigação interna realizada pelo Exército para tentar recuperar o armamento.
É importante destacar que a corporação não considera essa medida como uma prisão. No entanto, familiares dos militares retidos estão preocupados, pois não têm notícias de seus entes queridos. Até o momento, nenhum suspeito pelo desvio das armas foi identificado ou detido, e nenhuma das armas foi recuperada.
Comparando com incidentes anteriores, o Instituto Sou da Paz relata que o maior registro de desvio de armas dentro de um quartel ocorreu há 14 anos no batalhão do Exército em Caçapava, no interior de São Paulo, quando sete fuzis foram roubados. No entanto, todas as armas foram recuperadas naquela ocasião, e suspeitos foram presos, incluindo um militar envolvido no crime.
Para fins de comparação, entre janeiro de 2015 e março de 2020, foram registrados 27 casos de roubo, furto ou desvio de armas do Exército no Brasil, sendo que mais de 20 metralhadoras foram levadas apenas em Barueri.
Essas metralhadoras, semelhantes às que foram furtadas do Arsenal de Guerra em Barueri, são frequentemente desviadas e utilizadas por criminosos em ataques a carros-fortes e roubos a bancos. É importante ressaltar que esse tipo de arma é de uso restrito do Exército brasileiro.
O Exército alega que as 21 armas furtadas eram "inservíveis", ou seja, não estavam em funcionamento e seriam submetidas a manutenção. Uma investigação interna está em curso para esclarecer as circunstâncias do incidente, com a instauração de um Inquérito Policial Militar.
Enquanto o Exército busca entender o que aconteceu, surgem questões sobre a segurança no Arsenal de Guerra e se há envolvimento de militares no furto. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo informa que está pronta para auxiliar nas investigações para localizar as armas e identificar os responsáveis pelo crime.