Uma tragédia abalou moradores do bairro Cava Roxa, em Castelo, no Sul do Espírito Santo, no último sábado (11), quando a pequena Isabela Barbosa Sgrâncio, de apenas 3 anos, morreu após, segundo relatos de familiares, ingerir comprimidos de um medicamento controlado que pertencia à mãe.

Foto: Redes Sociais

O remédio, que ficava guardado sobre uma sapateira, teria sido acessado pela criança nas primeiras horas da manhã, enquanto os demais moradores da casa ainda dormiam. A menina morava com a mãe e dois irmãos pequenos. A tia-avó da criança, Lucimar Barbosa, contou que havia saído brevemente para comprar pão e, ao retornar, encontrou a menina visivelmente alterada.

"Eu peguei e fomos lá embaixo comprar um pão para dar café às crianças. Quando eu cheguei aqui, a neném já estava naquele estado. Ela já estava meio grogue. Na hora que eu fui lá, a mãe dela estava dormindo. Só que eles acordam cedo", relatou Lucimar.

Segundo ela, a mãe da criança, ao notar o comportamento estranho da filha, acionou imediatamente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). A equipe médica chegou ao local e, sem pegar nem os documentos da menina, a levou diretamente para a Santa Casa de Castelo, onde foram realizados os primeiros procedimentos de socorro, como lavagem gástrica e suporte com oxigênio. Em seguida, a criança foi transferida para uma unidade hospitalar em Cachoeiro de Itapemirim.

Lucimar relatou os momentos de desespero: "Fizeram o socorro, botaram balões de oxigênio, fizeram uma lavagem nela direitinho. Levaram para Cachoeiro e embrulharam no papelzinho de alumínio [sic] para poder aquecer ela. Quando chegou lá, foi meia-noite, e ela veio a óbito".

Sem realizar velório, por decisão familiar, o corpo da criança foi sepultado no domingo (12). A Polícia Civil foi acionada no mesmo dia da ocorrência e informou que o corpo passou por exames no Instituto Médico Legal (IML) de Cachoeiro de Itapemirim antes de ser liberado à família.

Em decorrência do episódio, os dois irmãos de Isabela, também menores de idade, foram levados para abrigos sob orientação do Conselho Tutelar. O caso agora segue sendo acompanhado pela Justiça.

Medicamento controlado e todo tipo de substância que tragam risco à saúde das crianças já vêm na embalagem com orientação de não deixar em local de fácil acesso. Mas é importante reforçar para os pais que as crianças às vezes nos surpreendem: sobem em cadeiras, sobem em móveis. Então é importante que os remédios fiquem não só em lugares altos, mas também trancados",alertou o tenente-coronel Nério, da Polícia Militar, sobre os cuidados necessários com produtos que podem representar perigo às crianças.

O caso segue sob investigação da Polícia Civil, que busca esclarecer todos os detalhes e circunstâncias que levaram à morte da menina.