Economia

EUA reduzem tarifa e impulsionam exportação de carne bovina brasileira

Estados Unidos retiram cobrança de 10% sobre carne bovina do Brasil, medida é vista como positiva pelo setor que prevê novo recorde histórico de exportações em 2025.

14/11/2025 às 21:33 por Redação Plox

O setor brasileiro de exportação de carne bovina recebeu de forma positiva a decisão do governo dos Estados Unidos de reduzir tarifas para o produto nacional. O anúncio, feito por meio de ordem executiva nesta sexta-feira (14), é avaliado como fundamental para a normalização das relações comerciais entre os dois países.

Os Estados Unidos ocupam a segunda posição entre os maiores importadores de carne bovina

Os Estados Unidos ocupam a segunda posição entre os maiores importadores de carne bovina

Foto: Governo de Rondônia Divulgação


EUA flexibilizam tarifas e setor espera estabilidade

A medida exclui a carne bovina brasileira das tarifas “recíprocas” de 10%, impostas em abril. No entanto, a tarifa de 40%, definida em agosto, ainda permanece em vigor. Para representantes do setor, a redução proporciona mais previsibilidade e melhores condições ao comércio bilateral, o que pode favorecer uma retomada equilibrada das vendas para o mercado americano.

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), os Estados Unidos são atualmente o segundo principal destino da carne bovina brasileira. Em 2024, as exportações para o país somaram 229 mil toneladas, sendo que cerca de 60% desse volume foi destinado à produção de hambúrgueres. A expectativa da indústria era chegar a 400 mil toneladas em 2025.

Exportações atingem novo recorde em 2025

Mesmo diante de um recuo nas vendas para os Estados Unidos, o desempenho geral das exportações de carne bovina cresceu. De janeiro a outubro de 2025, o Brasil embarcou 2,79 milhões de toneladas, faturando US$ 14,31 bilhões — alta de 16,6% em volume e 35,9% em valor na comparação com 2024.

Esse resultado mantém o país próximo do recorde anterior, atingido em 2024, e reforça a liderança brasileira no comércio mundial de carne bovina. Atualmente, os produtos brasileiros chegam a 162 países, e a previsão do setor é que a marca histórica seja superada ainda em novembro, consolidando 2025 como o melhor ano desde o início da série histórica, em 1997.

China segue à frente entre principais compradores

A China manteve-se como o maior importador da carne bovina nacional, com 1,34 milhão de toneladas adquiridas e US$ 7,10 bilhões movimentados, o equivalente a quase metade do volume e valor total exportado pelo Brasil no período. Os Estados Unidos aparecem em seguida, com 231,9 mil toneladas e US$ 1,38 bilhão em compras. Outros mercados de destaque incluem México, Chile e União Europeia.

Com as exportações para os EUA mantendo ritmo de crescimento, de janeiro a outubro deste ano já foram vendidas 232 mil toneladas, o que representa um aumento de 45% em volume e 38% em valor na comparação com igual período de 2024. O número supera, inclusive, todo o volume exportado aos americanos no ano passado.

Novos mercados impulsionam vendas

O setor conseguiu ampliar sua presença internacional ao conquistar três novos mercados em agosto. O Brasil passou a exportar carne bovina com osso e miúdos para as Filipinas, além de carne com osso, miúdos, produtos cárneos e preparados para a Indonésia — o quarto país mais populoso do mundo. Outro avanço foi a abertura do mercado de São Vicente e Granadinas, no Caribe, para carne bovina, produtos cárneos e miúdos brasileiros.

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