O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta sexta-feira (14), uma redução nas tarifas de importação para produtos como carne bovina, café, tomate, banana e açaí vindos do Brasil. A medida foi oficializada em uma ordem assinada pelo presidente Donald Trump, determinando isenção das tarifas “recíprocas” de até 10% — criadas em abril — para essas mercadorias.

Ainda segue vigente, entretanto, a tarifa adicional de 40% aplicada desde agosto de 2025, que mantém parte da carga tributária sobre os produtos brasileiros. Os EUA justificaram a decisão afirmando que a redução das taxas visa baixar o custo desses itens nos supermercados americanos.

Produtos de alto consumo têm tarifas reduzidas

De acordo com o comunicado da Casa Branca, a isenção atinge especialmente itens que não são produzidos em grande escala nos Estados Unidos, tornando o país dependente da importação para atender sua demanda interna. A medida alivia parte dos encargos para o mercado brasileiro, mas não elimina completamente as tarifas sobre os produtos exportados ao território americano.

No documento, o presidente Trump informou que a decisão considerou recomendações de autoridades do governo — sem mencionar nomes —, além do andamento de negociações comerciais e da análise da demanda interna e capacidade produtiva local.

Repercussão no mercado internacional

O Brasil se destaca como principal fornecedor de café aos Estados Unidos. Segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor, o preço do café chegou a ser quase 20% mais alto para os consumidores americanos em setembro, na comparação com o ano anterior.

No anúncio da ordem executiva, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, destacou que as mudanças atingem principalmente produtos não cultivados nos Estados Unidos, como café e banana.

Contexto político reforça decisão

A redução de tarifas ocorre em meio a um cenário político movimentado, após pesquisas indicarem insatisfação dos eleitores com a economia americana durante as mais recentes eleições estaduais. O tema ganhou ainda mais destaque devido ao encontro entre o presidente brasileiro, Lula, e Trump, durante cúpulas internacionais neste semestre.

Inicialmente, as tarifas sobre produtos brasileiros foram justificadas pelo governo norte-americano como resposta a um alegado desequilíbrio comercial e questões envolvendo investigações judiciais no Brasil.

A retomada do diálogo entre os dois países só avançou após reuniões pontuais de seus líderes em fóruns internacionais, contribuindo para destravar negociações que culminaram neste anúncio.