Arthur Lira é cogitado para Ministério da Saúde, mas prefere manter influência nos bastidores
Nome do presidente da Câmara surge como opção em meio a disputas pela pasta, mas ele rejeita o cargo
Por Plox
14/12/2024 08h19 - Atualizado há cerca de 13 horas
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tem sido apontado nos bastidores do Palácio do Planalto como uma possível escolha para assumir o Ministério da Saúde na reforma ministerial prevista para 2024. A movimentação ocorre após tentativas frustradas do próprio Lira de emplacar nomes de sua confiança na chefia da pasta, considerada estratégica e de grande interesse político para o Centrão.
Embora seu nome esteja sendo ventilado, Lira já teria sinalizado a aliados que não pretende aceitar a posição de ministro. Ele acredita que, ao integrar o governo, estaria mais exposto a pressões internas e críticas de opositores, especialmente de setores do PT, além de perder a autonomia que possui como presidente da Câmara. Outro ponto de preocupação para ele seria a vulnerabilidade do cargo, já que um ministro pode ser substituído a qualquer momento por decisão do presidente da República.
Centrão e a disputa pela Saúde
O Ministério da Saúde é historicamente disputado por partidos do Centrão, principalmente por conta de seu orçamento bilionário e da capacidade de realizar investimentos em diversas regiões do país. Diante do impasse sobre a escolha do titular da pasta, o nome de Lira passou a ser cogitado como alternativa. Essa possibilidade, no entanto, não agrada ao parlamentar, que prefere manter sua força política a partir do comando da Câmara.
Para o governo Lula, a nomeação de Lira poderia ajudar a consolidar a base de apoio no Congresso. Além de liderar o PP, Lira tem forte influência sobre outras siglas do Centrão, o que facilitaria as negociações políticas no Legislativo.
Outros nomes cogitados na reforma ministerial
Além do Ministério da Saúde, outras mudanças no primeiro escalão do governo Lula também estão sendo discutidas. Dois nomes têm ganhado força nas articulações: o marqueteiro Sidônio Palmeia, que é cotado para assumir a Secretaria de Comunicação Social (Secom), e a deputada Gleisi Hoffmann, atual presidente nacional do PT, que pode ocupar um cargo no ministério.
A presença de Gleisi é apontada como uma opção para o Ministério do Desenvolvimento Social, atualmente sob a responsabilidade de Wellington Dias. Segundo interlocutores do PT, Dias não teria alcançado o destaque esperado à frente da pasta, especialmente em relação à visibilidade dos projetos sociais do governo.
Há ainda a possibilidade de troca no comando da Secretaria de Relações Institucionais, que hoje é liderada por Alexandre Padilha. Enquanto isso, o atual chefe da Secom, Paulo Pimenta, é cotado para assumir a Secretaria-Geral da Presidência da República.
Reforma será definida após recuperação de Lula
As decisões sobre as mudanças no ministério serão tomadas após a recuperação do presidente Lula, que passou recentemente por dois procedimentos cirúrgicos na cabeça para tratar uma hemorragia. Ele está internado, mas a previsão é que tenha alta até a próxima quarta-feira (18).