Flagrada com mamadeira de pinga, mãe tenta vender filho por R$ 1,2 mil
Criança apresentava sinais de maus-tratos, desidratação e insolação; mãe foi presa, mas liberada após audiência de custódia
Por Plox
14/12/2024 10h59 - Atualizado há cerca de 6 horas
Uma mulher de 38 anos foi detida após tentar vender o próprio filho, de um ano, por R$ 1,2 mil na orla de Praia Grande, no litoral de São Paulo. A criança estava com sinais de maus-tratos, desidratação e insolação. No momento da abordagem, a mãe carregava uma bolsa de fraldas e uma mamadeira que, ao ser aberta pelos policiais, revelou conter pinga.
O menino foi socorrido pela Polícia Militar e levado ao Pronto-Socorro da cidade, onde foi avaliado por um médico. Segundo o boletim de ocorrência (BO), o exame não apontou sinais de ingestão de bebida alcoólica. Após os procedimentos médicos, o garoto foi entregue ao Conselho Tutelar e encaminhado para um abrigo.
Intervenção e Prisão
A ação policial foi desencadeada após denúncias de que a mulher estava pedindo dinheiro e recolhendo latas de alumínio enquanto a criança permanecia sozinha e suja na areia da praia. Segundo o soldado da PM Raphael Freitas, responsável pela ocorrência, a mulher demonstrava sinais de embriaguez e chegou a ofender a equipe policial. “Quando percebemos o que havia na mamadeira, constatamos que era pinga. Com a ajuda de turistas, lavamos o rosto da criança e prestamos os primeiros cuidados”, relatou o policial ao g1.
A advogada Glauce Abdalla, presidente da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente da OAB de Araras (SP), presenciou a ação. Segundo ela, seu marido comprou uma nova mamadeira e leite para o menino. Glauce também auxiliou na negociação para que a mãe soltasse a criança, facilitando a prisão.
Ainda conforme o relato do PM Freitas, a mulher resistiu à prisão, agrediu os policiais e precisou ser algemada antes de ser levada à Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Praia Grande. Após os trâmites legais, a criança foi liberada aos cuidados das conselheiras tutelares e levada para um abrigo.
Decisão judicial e medidas protetivas
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) informou que a mulher passou por audiência de custódia no dia 19 de novembro. A prisão foi convertida em medidas protetivas, com a determinação de que ela mantenha uma distância mínima de 300 metros do filho. Além disso, está proibida de ter qualquer tipo de contato ou aproximação com a criança.