Polícia Federal prende general Braga Netto, candidato a vice de Bolsonaro
Mandados de prisão, busca e apreensão foram cumpridos em operação que investiga tentativa de golpe de Estado em 2022
Por Plox
14/12/2024 07h52 - Atualizado há 41 minutos
A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã deste sábado (14) o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro (PL). A prisão faz parte do inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado em 2022, no qual 40 pessoas foram indiciadas, incluindo o próprio Braga Netto. De acordo com a PF, a prisão preventiva foi motivada por suspeitas de obstrução à Justiça.
O general foi detido em sua residência, localizada em Copacabana, no Rio de Janeiro. Após a prisão, ele foi encaminhado à Superintendência da PF no Rio de Janeiro e, posteriormente, ficará sob a custódia do Comando Militar do Leste, em razão de sua condição de militar da reserva. Simultaneamente, os agentes realizaram buscas no local. Todos os mandados foram autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Além da prisão de Braga Netto, a operação deste sábado também cumpriu outros três mandados, sendo dois de busca e apreensão e uma medida cautelar. De acordo com a PF, essas ações têm o objetivo de impedir que os investigados interfiram na produção de provas no processo. As ações ocorreram no Rio de Janeiro (RJ) e em Brasília (DF), contando com o apoio do Exército Brasileiro.
Investigação aponta tentativa de golpe e participação de militares
As investigações apontam que o grupo liderado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro teria tramado a assinatura de um decreto para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB). O objetivo era manter Bolsonaro no poder, mesmo após o resultado das eleições de 2022.
Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, aparece no inquérito como uma das figuras centrais na suposta conspiração. Informações da PF revelam que a casa do general, em Brasília, foi usada para reuniões do grupo. A investigação também aponta que militares das forças especiais do Exército, conhecidos como "kids pretos", chegaram a planejar homicídios de Lula, Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Lista de indiciados e acusações
A operação que resultou na prisão de Braga Netto é parte de um inquérito mais amplo. Até o momento, 40 pessoas foram indiciadas por crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e participação em organização criminosa. O relatório com as provas foi enviado pelo ministro Alexandre de Moraes à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se oferece denúncia contra os investigados. Caso a denúncia seja aceita, os indiciados se tornarão réus no processo.
Confira os principais nomes indiciados na investigação:
- Walter Souza Braga Netto (general da reserva)
- Jair Messias Bolsonaro (ex-presidente)
- Augusto Heleno Ribeiro Pereira (general da reserva)
- Anderson Gustavo Torres (ex-ministro da Justiça)
- Valdemar Costa Neto (presidente do PL)
- Anderson Lima de Moura (militar)
- Mauro Cesar Barbosa Cid (tenente-coronel)
- Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (ex-ministro da Defesa)
- Almir Garnier Santos (almirante da Marinha)
- Fabrício Moreira de Bastos (assessor)
Outros nomes de destaque incluem políticos, militares, aliados de Bolsonaro e membros de seu círculo próximo. A PF destacou que as medidas cautelares foram necessárias para evitar a continuidade das ações ilícitas.