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Política
Hugo Motta manda retomar escolta da Polícia Legislativa para Talíria Petrone
Presidente da Câmara determina, em caráter cautelar, a volta provisória da proteção à líder do PSOL após suspensão baseada em parecer técnico que apontava ausência de risco, contestado pela deputada em meio a tensão política na Casa
14/12/2025 às 07:30por Redação Plox
14/12/2025 às 07:30
— por Redação Plox
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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), determinou neste sábado (13/12) a retomada provisória da escolta da Polícia Legislativa para a líder do PSOL, deputada federal Talíria Petrone (RJ), após a suspensão da proteção ao longo da semana. A medida foi adotada após conversas entre os dois parlamentares ao longo do fim de semana.
Hugo Motta atendeu ao pedido de Talíria Petrone e retomou provisoriamente escolta policial da parlamentar
Foto: Marina Ramos / Câmara dos Deputados
Proteção restabelecida de forma cautelar
A decisão de Motta ainda é temporária e será reavaliada pelo Departamento de Polícia Legislativa (Depol) da Câmara. A deputada informou que foi comunicada diretamente pelo presidente da Casa sobre o restabelecimento da escolta em caráter cautelar, enquanto uma nova análise técnica não é concluída.
Talíria conta com proteção da Polícia Legislativa desde 2020, quando denúncias feitas ao Disque Denúncia indicaram que grupos milicianos planejavam sua morte. Naquele período, a deputada deixou o estado do Rio de Janeiro acompanhada dos filhos. As ameaças, porém, já vinham sendo relatadas pelo menos desde 2019.
Ameaças virtuais recorrentes
De acordo com a assessoria de Talíria Petrone, episódios recentes de ameaças virtuais de morte são descritos como “de ocorrência praticamente cotidiana”, enviados por e-mail e pelas redes sociais. Segundo a equipe da parlamentar, as mensagens têm conteúdo considerado extremamente violento e mencionam gabinete, endereço residencial, rotina da deputada e dos filhos, além de eventos eleitorais.
Relatório técnico e contestação da defesa
A assessoria de Hugo Motta informou que a escolta havia sido suspensa na última segunda-feira (8/12), com base em parecer técnico do Depol emitido em 4 de dezembro, após consulta à Polícia Civil, ao Ministério Público do Rio de Janeiro e à Polícia Federal. Segundo esse relatório, os órgãos consultados teriam concluído que não havia mais “ameaças recorrentes” nem “riscos à integridade física” da parlamentar.
A defesa de Talíria protocolou pedido à Polícia Legislativa para revisão do documento. Os advogados classificam a suspensão da escolta como “juridicamente insustentável, administrativamente inadequada e operacionalmente temerária”, e argumentam que a medida deve ser revista de imediato para resguardar a integridade da deputada, de sua família e a própria segurança institucional da Câmara dos Deputados.
Contexto de tensão no plenário
A suspensão da proteção ocorreu em meio a uma semana de forte tensão no plenário da Câmara, envolvendo deputados do PSOL. O clima de conflito antecedeu a sessão que analisaria o pedido de cassação do mandato do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ).
Na ocasião, após Glauber ocupar a Mesa Diretora da Casa, ele foi retirado à força por policiais legislativos, em um dos episódios mais tumultuados do ano no Congresso Nacional. O episódio expôs um ambiente de acirramento político e colocou sob os holofotes a atuação da Polícia Legislativa e as condições de segurança de parlamentares, especialmente de oposição.