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Minas Gerais registra 120 casos de leptospirose e 7 mortes em 2024

Doença associada à urina de roedores se espalha com mais facilidade no período chuvoso, sobretudo em áreas urbanas com lixo acumulado, esgoto a céu aberto e enchentes, e exige atenção imediata aos primeiros sintomas

14/12/2025 às 11:00 por Redação Plox

Minas Gerais registra, em média, 12 casos de leptospirose por mês e já soma 120 pessoas infectadas neste ano, com sete mortes confirmadas. A doença, transmitida principalmente pela urina de roedores, como ratos, se espalha com mais facilidade no período chuvoso. Dados da Secretaria de Saúde do Estado indicam que é justamente nessa época que a população deve redobrar os cuidados, já que a água de chuva acumulada e as enchentes favorecem a disseminação da leptospirose.


Doença transmitida pela urina de roedores se espalha com mais facilidade no período chuvoso

Divulgação



Chuvas, enchentes e maior risco nas cidades

O risco é maior em áreas urbanas, onde há grande concentração de lixo, esgoto a céu aberto e galerias pluviais, ambientes propícios para a presença de roedores. Nessas condições, a urina contaminada desses animais entra em contato com a água das enchentes e se espalha por ruas, casas e comércios, expondo um grande número de pessoas.

Outros animais também podem participar do ciclo de transmissão, especialmente quando há contato direto com eles em ambientes contaminados. O contato com água ou lama de enchente é considerado situação de risco, mesmo quando a pessoa não apresenta ferimentos aparentes na pele.

Durante o período de chuvas, a questão das enchentes se torna um fator de risco. Como o roedor é o principal reservatório, a urina contaminada desses animais, que está nas galerias e em outros reservatórios, se espalha facilmente. Outros animais também podem contribuir para a transmissão, especialmente se houver contato direto com eles.Max Assunção, Fundação Ezequiel Dias (FUNED)

Sintomas variam de quadros leves a formas graves

A leptospirose pode se manifestar de maneiras diferentes. Na maioria dos casos, os sintomas são leves, o que pode confundir o diagnóstico com outras doenças comuns no período chuvoso. Entre os sinais iniciais estão dor de cabeça, dores musculares (mialgia), febre e vômitos.

Em situações mais graves, o paciente pode apresentar icterícia (amarelamento da pele), comprometimento respiratório e até falência pulmonar, quadro que pode levar à morte se não houver atendimento rápido. Nesses casos, a internação se torna necessária.

O período de incubação da doença não é imediato: os sintomas podem aparecer de 5 a 30 dias após o contato com água ou lama de enchente ou com ambientes contaminados. Qualquer sintoma depois de uma situação de risco deve ser levado a sério, com busca imediata por atendimento médico.

Diagnóstico, tratamento e atendimento

Ao procurar um centro de saúde ou unidade básica de atendimento, o paciente será avaliado por um profissional, que irá investigar a possibilidade de leptospirose com base no histórico de exposição e nos sintomas apresentados. Nesses casos, é feita a coleta de amostras para confirmação laboratorial da doença.

Quadros leves podem evoluir para melhora espontânea, mas parte dos pacientes desenvolve formas graves, que exigem internação e acompanhamento contínuo. Há tratamento com antibióticos, associado a medidas de suporte, como cuidados respiratórios e monitoramento das funções vitais, de acordo com a gravidade de cada caso.

Prevenção: proteção e higiene após enchentes

A principal estratégia de combate à leptospirose é a prevenção. A orientação é evitar ao máximo o contato com água suja, lama de enchente e resíduos, especialmente em áreas com histórico de alagamentos e presença de roedores.

Quando o contato for inevitável, recomenda-se o uso de botas e luvas. Na ausência desses equipamentos, é possível improvisar com sacos plásticos bem amarrados nos pés para criar uma barreira de proteção. Após deixar a área alagada, é importante lavar bem o corpo, os pés e qualquer alimento ou utensílio que tenha tido contato com a água ou lama.

A prevenção continua sendo a forma mais eficaz de reduzir o número de casos e mortes por leptospirose em Minas Gerais, especialmente durante o período chuvoso, quando enchentes e alagamentos se tornam parte da rotina de muitas cidades do estado.

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