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    "O Social não participará de Campeonato Mineiro", garante Chico Simões

    O clube está mergulhado em dívidas que ultrapassam a casa dos R$ 20 milhões

    Por Plox

    15/01/2019 16h03 - Atualizado há cerca de 5 anos

    Na tarde desta terça-feira (15), o presidente do Social, Chico Simões, concedeu entrevista exclusiva ao PLOX para expor com detalhes, a situação financeira do clube e a decisão de não participar de campeonatos profissionais de futebol.

    Segundo o presidente, tudo começou com na administração do ex-presidente, Adílio Coelho, que na realização de sorteios de bingo, não pagaram os devidos tributos federais, o que gerou uma dívida de cerca de R$ 20 milhões junto a Receita Federal. “Esta dívida estava sendo cobrada na justiça, já em fase de execução, penhorando patrimônio e bloqueando o dinheiro dos aluguéis das lojas. Este fato obrigou, inclusive, a presidência anterior a criar uma conta bancária paralela onde eram depositados os recursos oriundos dos aluguéis”, conta o socialino.

    Foto: PLOXWhatsApp-Image-2019-01-15-at-11.19

    Com vários clubes do Brasil em dívidas junto Receita Federal, o governo criou o PROFUT, uma lei para tentar receber estas dívidas, com descontos de parte de juros e multas. Chico Simões conta que a dívida do Social foi parcelada em 20 anos, na administração do ex-presidente Djalma, e o primeiro pagamento foi feito dia 30 de novembro de 2015.

    Em fevereiro de 2016, apenas três meses após o pagamento da primeira parcela, o Saci estava disputando o Campeonato Mineiro Módulo II, e o presidente Djalma, por problema de saúde, renunciou à presidência do clube. 

    “Passado o campeonato, assumi a presidência com uma enorme dívida que não foi contraída por mim, mas com o dever de pagar o parcelamento feito pelo ex-presidente Djalma, para preservar o patrimônio do clube. Hoje o clube paga R$ 42 mil por mês do parcelamento do PROFUT. Além desta dívida, o Social paga R$ 5 mil por mês, de um parcelamento feito em cinco anos ao ex-presidente, Dr. Tasso, por uma dívida do Social com ele, cujo pagamento foi determinado pela justiça”, esclarece o atual presidente.

    Outras dívidas também estão inclusas, como o parcelamento em 18 meses de uma dívida trabalhista com um ex-jogador, feita na gestão passada, de R$1.500 por mês. 

    Chico Simões ainda expôs a lista de dívidas, que segundo ele, já estava pendendo no clube antes de sua posse e que ainda não conseguiu pagar.

    • Ex-presidente Djalma: R$ 140.000,00
    • Bené do Metropolitano: R$ 25.000,00
    • Ex-tesoureiro Vicente R$ 35.000,00
    • Agnaldo: R$ 20.000,00
    • Romeu cremac R$ 6.000,00
    • Antônio Eugênio R$ 3.000,00 

    “Neste mês passado, o Agnaldo acionou a justiça para receber do Social um valor corrigido que chegou a mais de R$ 60 mil”, afirmou o presidente.

    Devido a este processo, a Justiça bloqueou o dinheiro dos aluguéis das lojas do clube e a parcela do PROFUT precisou sair do bolso do próprio presidente, como ele mesmo explicou. “Com meus recursos, a parcela do PROFUT do mês de Dezembro de 2018 foi paga. Se não pagar conforme determina a lei, a dívida do Social que hoje é de cerca de R$ 10.600.000,00 voltará para cerca de R$ 18 milhões.

    Disputa de campeonatos

    O presidente Chico Simões contou a reportagem do PLOX que não pretende disputar nenhuma competição. Segundo ele, os torneios gerariam ainda mais custos ao clube, que não tem como arcar com as despesas, sendo assim colocaria em risco o patrimônio do clube.

    “Tem time que só tem camisa, sem bens materiais. Estes podem disputar, pois nada têm a perder. O social tem patrimônio e um presidente responsável que não pode ficar se aventurando em campeonatos, aumentando a dívida do clube e colocando seu patrimônio em risco. Diante disso, enquanto eu for presidente, o Social não participará de Campeonato Mineiro. Irá licenciar. Estamos viabilizando, em parceria com uma entidade, um projeto social para escolinha de futebol infantil. Iremos implantar o SUB 15 e SUB 17, para dar oportunidade aos nossos jovens de serem jogadores profissionais. Será um clube para revelar profissionais”, afirmou.

    Cargo à disposição 

    Insatisfeito com as cobranças e questionamentos da torcida, o presidente sugeriu aos conselheiros do clube que busquem alternativas melhores para a decisão tomada e que colocaria o cargo à disposição para quem quiser ser presidente do Social. “Se os conselheiros do Saci tiverem uma solução melhor, ficarei muito agradecido se me apresentarem, e acatarei. Se algum torcedor sério apresentar qualquer solução melhor, também ficarei agradecido, e acatarei se for viável. O social não é meu e nem de ninguém, é um patrimônio do Vale do Aço”, finalizou.
     

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