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Esportes

Tombense afasta zagueiro suspeito de participar de esquema de manipulação de jogos

Joseph teria recebido R$ 150 mil para cometer um pênalti no primeiro tempo em jogo contra o Criciúma

15/02/2023 às 14:55 por Redação Plox

O zagueiro Joseph foi afastado pelo Tombense nesta quarta-feira (15) sob a suspeita de envolvimento com um esquema de manipulação de resultados de partidas  da Série B do Campeonato Brasileiro disputada em 2022

O clube mineiro soltou uma nota oficial nesta manhã sobre o caso e informou que o jogador foi afastado e que está a disposição “das autoridades para auxiliar” nas investigações. 

“O Tombense Futebol Clube informa que recebeu com surpresa e indignação a notícia de que um de seus atletas poderia estar envolvido em esquema de manipulação de resultados de jogos da Série B do Campeonato Brasileiro. Imediatamente após confirmar a existência da investigação policial, o Tombense afastou o atleta de todas as suas atividades regulares e se colocou à disposição das autoridades para auxiliar com o que for necessário”, diz nota divulgada pelo clube do interior de Minas.

Joseph chegou no Tombense em abril de 2022, quando deixou o Cruzeiro para atuar no time do interior mineiro. Em 2020 o jogador de 28 anos atuou por outro time de Belo Horizonte, o América. 

Segundo investigações, os jogadores recebiam R$ 150 mil para cometer pênalti. Foto: Victor Souza/Tombense.

 

O zagueiro iniciou a temporada 2023 como titular absoluto do Gavião-Carcará e atuou nos cinco jogos do time pelo Campeonato Mineiro. O time de Tombos lidera o Grupo C do Estadual e também disputará a Série B e a Copa do Brasil neste ano.

Entenda o caso

O caso de manipulação dos resultados está sendo investigado pelo Ministério Público (MP) de Goiás. Segundo o órgão, um grupo se juntou a alguns jogadores para manipularem resultados das partidas, com o objetivo de conseguirem ganhar apostas esportivas com valores altos. Os atletas também saiam beneficiados, recebendo cerca de R$ 150 mil por aposta. 

"O ganho para cada jogador envolvido seria de R$ 150 mil. Seriam pagos R$ 10 mil adiantados e R$ 140 mil após o êxito. Como no jogo do Vila Nova não houve o pênalti, mas houve o pagamento do sinal (R$ 10 mil) para o jogador envolvido, o apostador passou a cobrar excessivamente o atleta pelo prejuízo causado, já que nos outros jogos houve o pênalti, e os atores envolvidos esperavam receber cada um R$ 150 mil", afirmou o promotor Fernando Cesconetto.

O MP apura que ao menos três jogos tenham sofrido essa manipulação. As partidas investigadas são Vila Nova x Sport e Sampaio Corrêa x Londrina e Criciúma x Tombense, jogo que Joseph cometeu um pênalti. A operação foi batizada Penalidade Máxima.

"Há elementos de que o grupo atuou concretamente em, no mínimo, três partidas ocorridas no final do ano de 2022 na série B do Campeonato Brasileiro de Futebol e estima-se que os valores envolvidos no esquema ultrapassem o montante de R$ 600 mil", afirma o Ministério Público.

"A manipulação consistia em cometer pênaltis sempre no primeiro tempo dos jogos de forma a garantir um elevado ganho financeiro para os apostadores e também para atletas direta ou indiretamente envolvidos. Acontece que para a aposta dar certo, era necessário que os pênaltis ocorressem nos três jogos. Em dois jogos, os pênaltis aconteceram. No caso do jogo do Vila Nova, que é a vítima e denunciante do caso, o pênalti não aconteceu. Isso gerou prejuízo para os apostadores. Estima-se que o prejuízo aos apostadores foi de R$ 2 milhões", disse o promotor.

O lateral Matheusinho que atuou em 2022 pelo Sampaio Corrêa e atualmente defende o Cuiabá, e o volante Gabriel Domingos, do Vila Nova de Goiás, também estão sendo investigados.

Esquema descoberto

Nessa terça-feira (14), integrantes do Gaeco e do GFUT esclareceram que a denúncia começou ainda em 2022, em novembro, quando o time goiano apresentou uma representação que indicava a manipulação de três partidas da Série B do ano passado.

Os investigadores informaram que o grupo cooptava os atletas para realização de uma ação específica nas partidas, no caso, o cometimento de pênalti no primeiro tempo dos jogos. Porém, no caso da partida do Vila Nova, houve a  tentativa de manipulação e o pagamento antecipado ao jogador, entretanto o pênalti não foi cometido. 

Devido o não cumprimento do “combinado”, o jogador do time goiano passou a ser pressionado e cobrado intensamente para ressarcimento do prejuízo ocorrido. Embora ainda não haja um cálculo preciso, a estimativa é que, nesta rodada de jogos, o “lucro” esperado pelo grupo criminoso fosse de R$ 2 milhões.

Mandatos de busca e apreensão

Na ação, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão e um de prisão temporária, em Goiânia, São João Del-Rei (MG), Cuiabá (MT), São Paulo (SP), São Bernardo do Campo (SP) e Porciúncula (RJ). Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Estadual dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem ou Ocultação de Bens Direitos e Valores.
 

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