Com queda na aprovação, Lula intensifica viagens e discursos em tom eleitoral
Presidente cita combate a fake news e reforça que é a melhor opção para governar o país
Por Plox
15/02/2025 12h14 - Atualizado há 24 dias
Diante da recente queda na popularidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem ampliado sua agenda de viagens pelo país e adotado um tom de campanha em seus discursos. Durante um evento no Pará, nessa sexta-feira (14), Lula declarou que pretende demonstrar ser a melhor opção para governar o Brasil e enfatizou a necessidade de combater a desinformação.
Discurso no Pará e críticas às fake news
No evento, o presidente afirmou que 2025 será o ano de enfrentar as notícias falsas. "Eu dediquei 2025 para derrotar a mentira. 2025 vai ser o ano da verdade. Eu quero provar que somos melhores que os outros para governar este país", declarou Lula.
Em Belém, durante a divulgação de investimentos do governo federal para a COP30, o petista voltou a criticar a propagação de fake news e mencionou que o país não pode ter um presidente "mentiroso, de fake news, contra vacina, contra a educação".

Queda na aprovação e impacto político
A movimentação do presidente ocorre após a divulgação de uma pesquisa do instituto Datafolha, também na sexta-feira (14), que apontou queda na aprovação de seu governo. Apenas 24% dos entrevistados avaliam positivamente a gestão, o pior índice registrado nos três mandatos de Lula. Em dois meses, a aprovação caiu 11 pontos percentuais, passando de 35% para 24%.
Por outro lado, a reprovação do governo subiu para 41%, o maior índice até o momento. Além disso, 32% consideram a gestão regular, enquanto 2% não souberam ou não responderam à pesquisa.
Polêmicas recentes e reação do governo
A queda na popularidade tem sido atribuída, em parte, a desgastes recentes, como a polêmica em torno do Pix. Em janeiro, a oposição divulgou vídeos alegando que a Receita Federal começaria a taxar transferências feitas pelo sistema. As informações surgiram após o anúncio de que o órgão passaria a receber dados sobre transações bancárias entre pessoas físicas acima de R$ 5 mil. Diante da repercussão negativa, o governo optou por revogar o ato normativo da Receita.
Lula, em seus discursos, reforçou a necessidade de combater a desinformação. "A gente tem que derrotar a era da mentira. Vivemos em um período da era da mentira. O importante é você mentir o tempo todo. O cara se tranca no quarto com o telefone celular e fica inventando mentira, fazendo provocação, provocando os outros", afirmou o presidente no Pará.
Reação de aliados
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que tem sido cotada para um ministério no governo, também comentou sobre a queda na aprovação de Lula. Em suas redes sociais, ela afirmou que os últimos dois meses foram "os mais difíceis para este governo".
Entre os fatores mencionados por Gleisi estão a especulação cambial, que impactou os preços dos alimentos, o aumento do imposto estadual sobre a gasolina, as preocupações com a política de juros e a polêmica em torno da taxação do Pix, que, segundo ela, foi "a maior fake news de todos os tempos".
Com a queda na aprovação, a tendência é que Lula mantenha sua estratégia de viagens e discursos em busca de reverter a percepção negativa e reforçar seu posicionamento para os próximos anos de governo.