Crime organizado fatura mais com combustíveis do que com cocaína no Brasil, aponta estudo

Relatório revela que grupos lucraram R$ 146,8 bilhões com setores formais da economia em 2022

Por Plox

15/02/2025 08h18 - Atualizado há cerca de 1 mês

O crime organizado no Brasil tem expandido suas atividades para além do tráfico de drogas e alcançado faturamentos ainda maiores em setores formais da economia, como combustíveis, ouro, cigarros e bebidas. De acordo com um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na quinta-feira (13), essas operações geraram R$ 146,8 bilhões em 2022, enquanto o lucro com a venda de cocaína no mesmo período foi de R$ 15 bilhões.

José Cruz Agência Brasil

Expansão para o mercado formal

As autoridades brasileiras já haviam identificado o crescimento da atuação das organizações criminosas para além do tráfico de drogas, com presença em setores como mineração de ouro na Amazônia e fintechs em São Paulo. O estudo do Fórum, no entanto, é o primeiro a documentar esse avanço dentro da economia formal e seus impactos nos cofres públicos.

A exploração desses setores por grupos criminosos resulta em grandes perdas para o Estado, principalmente devido à sonegação de impostos e ao uso de brechas na legislação para lavagem de dinheiro.

Outras fontes de lucro ilícito

Além dos mercados de combustíveis, ouro, cigarros e bebidas, as organizações criminosas também obtêm altos ganhos com crimes cibernéticos e roubos de celulares. O relatório estima que, somando todas essas atividades, o faturamento dessas redes criminosas chega a R$ 186 bilhões.

Outra atividade lucrativa identificada pelos pesquisadores é o comércio de Certificados de Descarbonização (CBIOs), com mais de R$ 16,7 bilhões negociados até setembro deste ano. Esses certificados são utilizados no setor de biocombustíveis e foram alvo de fraudes por grupos criminosos.

O avanço do crime organizado nesses setores representa um desafio cada vez maior para as autoridades, que enfrentam dificuldades para rastrear e combater essas operações no mercado formal.

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