Irmão de ciclista assassinado desabafa: "Uma mistura de tristeza com revolta"

O assassinato brutal do ciclista mineiro Vitor Medrado, de 46 anos, durante um assalto em São Paulo, gerou forte comoção entre amigos e familiares. O crime aconteceu na manhã da última quinta-feira (13) nas proximidades do Parque do Povo, no bairro Itaim Bibi, região nobre da capital paulista. O corpo de Vitor será velado e sepultado neste sábado (15) no Cemitério da Paz, no bairro Caiçara, em Belo Horizonte.

Para John Paulo Medrado, irmão da vítima, o sentimento é de impotência diante da violência que tirou a vida de Vitor. “Para nós, é uma mistura de tristeza com revolta. É até difícil de falar”, desabafou. Residente em Belo Horizonte, onde trabalha como diretor de arte, John relatou que a família tem enfrentado um momento de grande sofrimento.

Vida dedicada ao esporte

Natural de Janaúba, no Norte de Minas, Vitor Medrado cresceu em Belo Horizonte, onde fixou residência no bairro Colégio Batista antes de se mudar para São Paulo há cerca de dez anos. Apaixonado por ciclismo, era figura conhecida entre os atletas da capital paulista e atuava como mentor esportivo, auxiliando outros ciclistas em treinamentos e competições.

Segundo familiares, Vitor mantinha um forte vínculo com a família, especialmente com a mãe, Iolandina Medrado, de 76 anos, e o pai, Célio Medrado, de 85. Ele também deixou esposa e uma filha de 23 anos, que reside em Pará de Minas, na Região Central de Minas Gerais.

O crime

O assassinato foi registrado por uma câmera de segurança e mostra o momento em que dois homens em uma moto se aproximam de Vitor enquanto ele pedalava na Rua Brigadeiro Haroldo Veloso. Sem qualquer reação da vítima, um dos criminosos dispara contra sua cabeça e leva seus pertences antes de fugir. O ciclista chegou a ser socorrido e levado ao Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos.

Revolta e homenagens

A morte de Vitor gerou forte indignação entre esportistas e amigos, que manifestaram pesar nas redes sociais. “Faltam palavras, falta compreensão para um ato de violência tão brutal, injustificável e gratuito”, escreveu a ciclista Marcela Moreira.

Na manhã desta sexta-feira (14), amigos e familiares prestaram uma homenagem a Vitor no local onde ele foi morto. Em sinal de luto, colocaram flores brancas na calçada ao lado do Parque do Povo, reforçando o clamor por mais segurança na cidade de São Paulo.

A Polícia Civil investiga o caso e busca identificar os autores do crime. A violência crescente na região preocupa ciclistas e moradores, que cobram medidas eficazes contra os assaltos frequentes nas vias onde esportistas costumam treinar.