Minas Gerais registra recorde de casos de Chikungunya e lidera mortes no Brasil

Minas Gerais destaca-se com o maior número de casos e óbitos por chikungunya em todo o território nacional, segundo o mais recente levantamento do Ministério da Saúde. O estado registrou impressionantes 53.972 casos prováveis da doença, colocando-se à frente de todos os outros estados em um ranking preocupante. Essa incidência dispara para 262,8 casos a cada 100 mil habitantes, uma taxa que supera em mais de seis vezes a média nacional, situada em 40,7. Atualmente, o Brasil contabiliza 82.714 casos prováveis da doença, com 31 mortes confirmadas e outras 57 sob investigação. Especificamente em Minas Gerais, 21 óbitos já foram confirmados.

Focos de Atenção e Comparação com a Dengue

O Vale do Rio Doce emerge como uma das regiões mais afetadas, com 96 municípios classificados em níveis de incidência alta ou muito alta. Esse cenário alarmante contrasta com o da dengue, outra arbovirose que historicamente assola o estado, mas que apresenta um padrão distributivo territorial distinto, com mais de 800 municípios marcados pela incidência extremamente alta da doença. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) destaca, porém, que o número de casos de chikungunya ainda é inferior ao da dengue, apesar do recorde batido em 2023 com mais de 101.816 casos prováveis.

Esforços no Combate ao Mosquito Transmissor

Diante da grave situação, Minas Gerais se prepara para intensificar o combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor tanto da chikungunya quanto da dengue. Fábio Baccheretti, secretário de Estado de Saúde, anunciou em coletiva de imprensa a realização de um novo "Dia D" para eliminação dos focos do mosquito, contando com a participação de aproximadamente 350 municípios. Esta iniciativa visa complementar os esforços já realizados no início do mês, que tiveram adesão de 546 cidades, enfatizando a importância da mobilização comunitária e da conscientização sobre a manutenção de ambientes livres de criadouros do mosquito dentro das residências.

Além da chikungunya e da dengue, Minas Gerais monitora casos do vírus zika, com 122 casos prováveis e 14 confirmações até o momento. A SES-MG ressalta a importância de uma avaliação criteriosa para a confirmação dos casos de zika, dado que, desde 2018, não foram confirmados casos pelo método direto de identificação viral RT-PCR, o que pode levar à reclassificação de alguns diagnósticos.