Após sinais de maus-tratos e violência sexual, cão encontra lar e traz alegria a acolhidos em Minas Gerais
Romeu, um cachorro resgatado em situação de extrema vulnerabilidade, foi adotado pela casa de acolhimento São Camilo de Lellis e mudou a rotina dos moradores.
Por Plox
15/03/2025 10h43 - Atualizado há 16 dias
Romeu, um cachorro resgatado das ruas em Minas Gerais, teve sua vida transformada após passar por momentos de sofrimento. O animal, que apresentava sinais de maus-tratos e violência sexual, foi acolhido pela casa de acolhimento São Camilo de Lellis e, desde então, tem levado alegria aos moradores do local.

O resgate do cão foi feito pela irmã de Daniela Bellini, supervisora administrativa da instituição. Em estado crítico, Romeu precisou passar 15 dias internado em uma clínica veterinária, com os custos pagos pelo Canil Municipal. Após a alta, a equipe da casa de acolhimento se viu diante de uma difícil decisão: enviá-lo ao canil ou adotá-lo de vez.
“Sabíamos que ele já tinha passado por tanto sofrimento. A ideia de vê-lo novamente em um canil, cercado por outros cães e carregando seus traumas, nos tocou profundamente. Decidimos que ele poderia trazer um pouco de alegria para os moradores e ficar com a gente”, relata Bellini.
A casa São Camilo de Lellis recebe pessoas entre 18 e 59 anos que vivem em situação de vulnerabilidade social. O local oferece suporte para que os acolhidos possam recuperar documentos, buscar emprego e reconstruir suas vidas. Embora a permanência seja, em média, de três meses, alguns moradores continuam no abrigo caso não tenham para onde ir.
Quando chegou à casa, Romeu ainda demonstrava medo e dor, principalmente ao evacuar. “Ele chorava muito e apresentava sinais físicos do que sofreu. Nos primeiros dois meses, era muito retraído e não interagia com ninguém. Mas, aos poucos, foi se soltando, ganhando confiança e passou a fazer parte da rotina”, explica Bellini.
Além de receber cuidados diários dos moradores, Romeu ganhou um plano de saúde veterinário, doado por uma voluntária. Sua presença tem sido essencial para melhorar o bem-estar emocional dos acolhidos. “A maioria dessas pessoas enfrentou rompimentos familiares e carrega histórias de abandono. O carinho do Romeu traz uma sensação de acolhimento, ajuda a aliviar a solidão e fortalece os laços dentro da casa”, destaca Bellini.
Carlos Alberto, de 58 anos, que vive na casa há oito anos entre idas e vindas, reforça a importância do cão no dia a dia dos moradores. “Às vezes, estamos desanimados ou tristes, mas é só ver o Romeu para nos sentirmos melhor. Ele nos dá carinho e faz com que o ambiente fique mais leve”, conta.
A jornada de Romeu, marcada por dor e superação, agora se traduz em amor e afeto dentro da casa de acolhimento. O pequeno cão não apenas encontrou um lar, mas também se tornou um símbolo de esperança para aqueles que enfrentam dificuldades em recomeçar.