Dia do Enfermeiro: uma história de dedicação e amor na Casa da Esperança

A enfermeira Marcela Cordeiro compartilhou como começou a frequentar e trabalhar no local, as principais cuidados que se deve ter com os internos, além de revelar o sentimento que carrega ao dedicar seu tempo e exercer sua profissão

Por Matheus Valadares

15/05/2023 12h44 - Atualizado há mais de 1 ano

No último Dia do Enfermeiro, celebrado na sexta-feira (12), uma história especial vem à tona, destacando a dedicação e a paixão pela profissão. A enfermeira Marcela Cordeiro é um exemplo de amor e compromisso no cuidado com os acolhidos do Núcleo Assistencial Eclético Maria da Cruz (NAEMC), mais conhecido como Casa da Esperança. Localizada no município de Ipatinga, no Vale do Aço, em Minas Gerais, a instituição é um lar para pessoas em situação de vulnerabilidade e com necessidades especiais. Acompanhe a trajetória inspiradora de Marcela e como seu trabalho tem impactado a vida dos acolhidos na Casa da Esperança.

Em uma entrevista exclusiva à Plox, Marcela Cordeiro, compartilhou como começou a frequentar e trabalhar no local, as principais cuidados que se deve ter com os internos, além de revelar o sentimento que carrega ao dedicar seu tempo e exercer sua profissão na instituição. 

Sala de enfermagem da Casa da Esperança. Foto: Matheus Valadares.

 

A Casa da Esperança foi fundada pela Maria Lucia Valadão, também conhecida como Tia Lúcia, e chamada carinhosamente pelos internos e funcionário do local de Mãe Lúcia. 

Foi Maria Lúcia Valadão que deu o empurrão para Marcela ingressar na área da saúde. "Em julho fará três anos que retornei à casa, porém, frequento a casa desde os 8 anos de idade, já saí e voltei da casa duas vezes. Me formei em enfermagem em 2012, iniciei o curso com o apoio da Mãe Lúcia, relata Marcela.

Desafios e rotina na enfermagem

Atualmente, a Casa da Esperança acolhe 110 pessoas entre 18 e 80 anos, oferecendo três tipos de serviços: Instituição de Longa Permanência para Idoso (ILPI) com 18 acolhidos, residência inclusiva para pessoas com deficiência física e transtorno mental, tendo 12 acolhidos e o abrigo institucional com 80 acolhidos, que requer maiores cuidados, já que a maioria dos acolhidos são acamados.

Marcela atende todos os internos de uma forma geral, cada um dentro da sua especificidade, com as demandas que precisa. A enfermeira revelou que as principais dificuldades com os internos são: "Crise, surtos, febre, vômito, analgesias, cuidados em geral, mudanças de decúbito”.

Marcela durante atendimento a um dos internos. Foto: Matheus Valadares

Já as principais responsabilidades dela na Casa da Esperança, gira em torno da execução de "medidas de conforto, mudanças de decúbito, hidratação e higienização da pele e principalmente cuidados durante as alimentações a fim de evitar engasgos e bronco aspiração". 

Apesar das dificuldades, Marcela se sente realizada e grata por trabalhar no local: "Me sinto abençoada, sou extremamente grata a Deus por me proporcionar uma nova experiência a cada dia." Para a enfermeira, os internos proporcionam uma experiência única e fazem com que as pessoas que convivem com eles se tornem seres humanos mais amorosos.

“Na casa da esperança descobrimos o que de fato é o amor verdadeiro, não somos nós que ensinamos a eles, pelo contrário são eles que a cada dia nos ensinam alguma coisa diferente, eles nos dão a chance de cada dia sermos pessoas melhores”, contou Marcela.

Estrutura da Casa da Esperança

A instituição possui uma estrutura com 7.000m² de espaço e 3.600m² de área construída, incluindo 19 quartos, academia ao ar livre, área comum, posto de enfermagem, farmácia, espaço para fisioterapia, consultório médico, área livre, área de bem estar, terapia ocupacional, cozinha industrial, lavanderia, escritórios, sala psicossocial, sala de convivência e consultório odontológico. 

Vista aérea da Casa da Esperança. Foto: Matheus Valadares.

 

Tudo isso começou quando Tia Lúcia adotou Luis Francisco, um bebê de apenas 19 dias de vida com paralisia cerebral. As dificuldades da adaptação de Luis, por conta da deficiência, sensibilizaram Maria Lúcia com casos semelhantes de famílias que tinham pessoas deficientes físicas ou mentais. No início, a instituição tinha a intenção de acolher deficientes físicos somente na parte do dia, como uma creche.


 

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