OMS desaconselha adoçantes para perda de peso
O documento destaca a falta de consenso científico sobre a eficácia desses produtos no controle de peso a longo prazo e possíveis efeitos colaterais.
Por Plox
15/05/2023 17h57 - Atualizado há mais de 1 ano
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta segunda-feira (15) novas diretrizes desaconselhando o uso de adoçantes artificiais como substitutos do açúcar em dietas para emagrecimento. O documento destaca a falta de consenso científico sobre a eficácia desses produtos no controle de peso a longo prazo e possíveis efeitos colaterais.
Revisão de estudos e evidências científicas
A recomendação da OMS tem como base uma análise dos estudos e evidências científicas disponíveis sobre o uso de adoçantes em dietas para controle de peso. Segundo o relatório, não há evidências de que o consumo desses compostos traga benefícios a longo prazo nas medidas de gordura corporal em crianças e adultos.
Riscos do uso prolongado de adoçantes
A organização também alerta para possíveis efeitos indesejados do uso prolongado de adoçantes, como maior risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer em adultos.
Redução do consumo de alimentos adoçados
A OMS não recomenda a substituição de adoçantes artificiais por açúcares. Em vez disso, a indicação é reduzir o consumo de alimentos adoçados no geral, recorrendo a formas naturais de açúcar, como frutas.
Restrições e exceções
A contraindicação do uso de adoçantes para perda de peso vale para adultos e crianças, exceto para aqueles com diagnóstico de diabetes pré-existente. Além disso, não se aplica ao uso de produtos de higiene e medicamentos que contenham pequenas quantidades de adoçantes artificiais.
Compostos não-nutritivos
As diretrizes se referem a qualquer composto (natural ou sintético) não-nutritivo, utilizado como adoçante e que não seja classificado como açúcar. Exemplos incluem aspartame, ciclamato, sacarina, sucralose e stevia. Esses compostos são geralmente usados para perda ou controle de peso devido ao seu baixo valor calórico.
Estudos e controvérsias
Embora não haja consenso científico sobre os benefícios do adoçante para a saúde, algumas pesquisas indicam possíveis efeitos negativos. Um estudo israelense de 2022 associou o uso de alguns tipos de adoçantes a alterações na flora intestinal e efeitos semelhantes aos do açúcar no metabolismo. Outra pesquisa, publicada em 2023, relacionou o uso do eritritol ao desenvolvimento de problemas cardiovasculares. Por outro lado, alguns especialistas acreditam que ainda há poucas evidências sobre os efeitos colaterais do uso de adoçantes e que algumas ligações, como com o desenvolvimento de câncer, são baseadas em estudos antigos e com poucas confirmações em humanos.
Recomendação condicional
A OMS classifica a recomendação como condicional e enfatiza a necessidade de maiores evidências e estudos mais robustos sobre as consequências do uso de adoçantes em dietas