PF investiga depósitos de Mauro Cid em dinheiro vivo para Michelle Bolsonaro

A PF encontrou sete comprovantes de depósitos em dinheiro vivo em conversas de WhatsApp interceptadas após a quebra de sigilo das comunicações de Mauro Cid, informou a coluna do jornalista Aguirre Talento para o UOL

Por Plox

15/05/2023 15h42 - Atualizado há mais de 1 ano

A Polícia Federal (PF) descobriu uma série de depósitos feitos em dinheiro vivo para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), totalizando R$ 8.600,00. Segundo a corporação, os repasses foram realizados por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). A investigação busca esclarecer se os pagamentos seriam oriundos de um esquema de desvio de recursos e rachadinha no Palácio do Planalto.

A PF encontrou sete comprovantes de depósitos em dinheiro vivo em conversas de WhatsApp interceptadas após a quebra de sigilo das comunicações de Mauro Cid, informou a coluna do jornalista Aguirre Talento para o UOL. Os comprovantes foram encaminhados às assessoras de Michelle Bolsonaro e localizados tanto no grupo de WhatsApp da Ajudância de Ordens da Presidência da República quanto em trocas de mensagens.

Os depósitos foram realizados de maneira fracionada e em valores pequenos, um método comum em casos de rachadinha, conforme a investigação.

Boleto do plano de saúde e despesa hospitalar

A investigação revelou que, em setembro de 2021, uma assessora de Michelle Bolsonaro enviou um boleto do plano de saúde do irmão da ex-primeira-dama, supostamente pago com recursos da conta bancária do ex-presidente Jair Bolsonaro. No mesmo mês, a assessora enviou outro boleto do plano de saúde, e Mauro Cid encaminhou a demanda para a equipe, apesar de argumentar que a despesa não poderia ser feita pela Ajudância de Ordens.

Além disso, Jair Bolsonaro orientou Mauro Cid a pagar um boleto em dinheiro vivo referente a uma despesa hospitalar de uma tia de Michelle, Maria Helena Braga. A PF não conseguiu identificar se os recursos para o pagamento saíram da conta pessoal de Jair Bolsonaro ou da Ajudância de Ordens.

Defesa nega irregularidades e alega perseguição política

Fábio Wajngarten, advogado de defesa de Jair Bolsonaro, negou o desvio de valores do Palácio do Planalto e afirmou que os pagamentos referentes aos custos pessoais de Jair e Michelle foram feitos com "recursos próprios". Wajngarten acusou a divulgação dessas informações de tentar prejudicar a imagem do ex-presidente e atribuiu a investigação a uma perseguição política.

Por sua vez, Bernardo Fenelon, advogado de Mauro Cid, afirmou que, por respeito ao Supremo Tribunal Federal, se manifestará apenas nos autos do processo.

 


 

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