Relatório aponta procedimento de pouso como fator contribuinte para acidente que vitimou Marília Mendonça

O documento, que descarta falha mecânica, foi publicado pelo órgão ligado à Força Aérea Brasileira (FAB).

Por Plox

15/05/2023 21h36 - Atualizado há mais de 1 ano

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) divulgou nesta segunda-feira (15) um relatório que aponta o julgamento do piloto durante a aproximação para o pouso como um dos fatores que contribuíram para o acidente aéreo que matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas, em novembro de 2021. O documento, que descarta falha mecânica, foi publicado pelo órgão ligado à Força Aérea Brasileira (FAB).

 

Divulgação

Avaliação inadequada de parâmetros da aeronave

Segundo o advogado Robson Cunha, que representa a família de Marília Mendonça, o Cenipa não atribuiu a responsabilidade do acidente ao piloto. No entanto, o relatório indica que houve uma avaliação inadequada dos parâmetros da operação da aeronave. O documento afirma que "a perna do vento [trajetória de voo percorrida durante o procedimento de pouso] foi alongada em uma distância significativamente maior do que aquela esperada para uma aeronave de 'Categoria de Performance B' em procedimentos de pouso".

Pouso mais confortável aos passageiros

O relatório sugere ainda que o piloto pode ter se distanciado do aeroporto para proporcionar um pouso mais confortável aos passageiros. Antes da queda, a aeronave chocou-se contra cabos de alta tensão de uma torre de distribuição da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Diante disso, o Cenipa recomendou a sinalização "em caráter excepcional" da linha de transmissão.

Recomendações à Aneel

O centro também aconselhou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a estabelecer requisitos de sinalização de redes de transmissão e de distribuição nos arredores de aeródromos, especialmente daqueles situados em regiões com relevo acidentado, visando à prevenção de acidentes aeronáuticos.

Perfil dos pilotos

O documento detalha o perfil do piloto e do copiloto, destacando que ambos não fumavam nem consumiam álcool e não apresentavam sinais de estresse ou fadiga. Eram considerados centrados e profissionais. O relatório menciona que os pilotos tinham uma rotina regular de sono e que não houve alteração nessa rotina nas 48 horas anteriores ao acidente. Exames toxicológicos e de dosagem de etanol realizados após a tragédia não detectaram a presença de substâncias pesquisadas nas amostras coletadas.

Tripulantes escolhidos por perfil reservado e técnico

A primeira vez que o piloto transportava os passageiros envolvidos no acidente foi destacada no relatório. Os tripulantes foram escolhidos por seu perfil reservado e técnico, fatores importantes para um voo com uma artista renomada. Além disso, os pilotos possuíam Certificados Médicos Aeronáuticos válidos e habilitações em dia. O documento também enfatiza que ambos eram qualificados e experientes para realizar voos desse tipo.

O trágico acidente ocorreu em Piedade de Caratinga, na região do Rio Doce, em Minas Gerais, e chamou atenção para a necessidade de maior atenção aos procedimentos de pouso e aos requisitos de sinalização em áreas próximas a aeródromos. A divulgação do relatório do Cenipa traz importantes informações sobre os eventos que levaram à queda da aeronave, contribuindo para a análise do ocorrido e para a prevenção de futuros acidentes aeronáuticos.

 

 

 

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