'A Estrela Cadente' brilha com humor inovador nos cinemas

Comédia belga explora expressões corporais e narrativas inusitadas

Por Plox

15/05/2024 14h16 - Atualizado há 2 meses

Dirigida pelo casal Fiona Gordon e Dominique Abel, "A Estrela Cadente" estreia esta semana nos cinemas, prometendo uma experiência cinematográfica fora do comum. A produção se destaca por um estilo antirrealista e um humor físico que remete ao trabalho de Jacques Tati, um ícone do cinema que utilizava o corpo como principal meio de expressão, muitas vezes de maneira exagerada.

Foto: PANDORA FILMES/DIVULGAÇÃO

Fusão de estilos O filme não apenas homenageia Tati, mas também traz referências ao cineasta finlandês Aki Kaurismaki, especialmente seu filme "Folhas de Outono", reconhecido no Oscar. A abordagem belga, contudo, vai além, ao abordar temas cotidianos de maneira despojada de emoções, culminando em momentos de anticlímax. A dinâmica entre Fiona Gordon e Dominique Abel, que também protagonizam o filme, introduz um elemento de estranhamento ao conectar o público à narrativa e aos personagens de forma não convencional.

Narrativa e visual A indefinição temporal e espacial, sugerida pelo cenário que remonta ao início dos anos 80 e uma localização ambígua, contribui para o clima nostálgico que envolve os personagens. O casal, descrito como alto e esguio, enfrenta uma crise matrimonial que é agravada e ao mesmo tempo amenizada por um sequestro, explorando a perda como um catalisador para o redespertar de sentimentos adormecidos.

A direção de Gordon e Abel é essencial para descontruir a narrativa, desafiando o espectador a remover as camadas de clichês para acessar a simplicidade da mensagem. O filme se vale do humor visual e da comédia de erros para destacar o artificial e o burlesco, enquanto mantém o público engajado com uma representação extravagante de situações cotidianas.

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